No dia 20 de novembro, a Polícia Militar de Minas Gerais participou do lançamento da Campanha “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”.
De acordo com a Cabo Claudileia, a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher: “O objetivo da campanha é buscar conscientizar a população sobre os diferentes tipos de violência contra as mulheres e também propor medidas de prevenção em combate à violência, além de ampliar os espaços de debate com a sociedade.”
A Cabo Claudiléia afirma que violência contra a mulher ocorre em todas as classes sociais, sendo que não apenas a violência física é a mais comum, pois o ciclo começa com agressões verbais.
“Às vezes a gente tem em mente que só está nas classes média baixa, né? Mas infelizmente a violência doméstica está em todas as classes sociais. Muitas das pessoas acham que a agressão é só questão física. Infelizmente, para chegar na física, há as outras, os outros tipos de violência, e a mulher não se deu conta. Então, talvez ela nunca tenha tido coragem de denunciar a pessoa, ou, às vezes, com quem ela escolheu, ‘ah, ele é o homem da minha vida’. Às vezes são anos e anos de casamento. Então, é muito difícil a gente se colocar no lugar da mulher que está vivendo essa questão de violência doméstica. Porque o ciclo da violência começa com as agressões verbais, tá ali só nas agressões verbais, e a mulher tem isso como que? Realmente, discussão de casal todo mundo tem. A convivência em dois já é difícil. O casal vai ter essa discordância e tudo, mas até quando é uma discussão de casal e quando que passou a ser um tipo de agressão contra a mulher. Então, a gente tem que se atentar para essa questão.”
E para acabar com esse ciclo de violência, o primeiro passo tem que ser dado pela mulher, afirma a policial:
“Esse primeiro passo tem que ser dado por ela, porque aqui em São João a gente tem a rede de proteção à violência doméstica contra a mulher, onde há vários órgãos, a gente se une, cada engrenagem aí, se une justamente para dar o amparo a essa mulher, mas a gente precisa dela ligar o botãozinho da primeira engrenagem, que seja registrar o Boletim de ocorrência na Polícia Militar, ligar o 190, ir na Polícia Civil também, porque a gente tem a Delegacia de Mulheres aqui; então assim, esse primeiro passo tem que ser dado por ela, né, até então para a gente tomar conhecimento, para a gente poder ajudar essa vítima aí a sair dessa violência e quebrar esse ciclo.”
A campanha teve início no dia 20 de novembro e perdura até 10 de dezembro, sendo, por isso, intitulada de “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. A data de início escolhida, Dia da Consciência Negra, leva em consideração a dupla vulnerabilidade da mulher negra.
As denúncias podem ser feitas pelos telefones 190 ou 180. O número 190 é para emergências, casos de necessidade imediata ou socorro rápido da PM. Já o 180 é o número da Central de Atendimento à Mulher, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.