O são-joanense Dom Antônio de Almeida Lustosa, 2º Arcebispo de Fortaleza, recebeu o título de “Venerável Servo de Deus”, nesta quinta-feira (22). A concessão ocorreu por meio de decreto emitido pelo Dicastério das Causas dos Santos, autorizado pelo Papa Francisco. Irmã Lúcia dos Santos, um dos três pastorzinhos de Fátima, e outros dois servos também receberam a mesma titulação de “venerável”.
O estatuto de “Venerável Servo de Deus” é concedido a uma pessoa quando seu processo de canonização é oficialmente aberto. É o primeiro passo para se tornar santo. Isso acontece quando a Igreja entende que alguém já falecido apresenta sinais de santidade.
A partir de agora, um postulador, uma espécie de advogado, assume a causa para investigar, detalhadamente, a vida do Servo de Deus.
O decreto reconhece as virtudes heroicas de Dom Antônio. O salesiano defendia que a “primeira evangelização consiste em devolver a dignidade às pessoas e às famílias mais pobres”, fazendo urgência a justiça social. Inclusive, sob essa ótica, fundou ambulatórios, o Hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operatórios.
Dom Antônio era também artista, cientista e ensaísta. Nascido em 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João del-Rei, aprendeu com seus pais o espírito de sacrifício e o valor do trabalho.
Foi para o internato do Colégio de Dom Bosco, em Cachoeira do Campo (MG), aos 16 anos, quando decidiu se tornar salesiano. Aos 26, foi ordenado sacerdote.
Em 1925 foi eleito Bispo de Uberaba. Achou o seminário praticamente vazio. Conseguiu reunir 30 seminaristas apenas um ano depois.
Em menos de quatro anos, foi transferido a Corumbá, no Mato Grosso do Sul (MS), sede maior que enfrentava dificuldades para a evangelização. Em seguida, foi nomeado Arcebispo do Belém do Pará (PA), onde ficou por 10 anos.
Em 1941 foi transferido à importante sede de Fortaleza, no Ceará. Por lá viveu intensamente sua missão por 22 anos.
O Servo de Deus faleceu em Carpina, Pernambuco, em 14 de agosto de 1974.