Não importa qual seja a época do ano, período de chuva ou seca, as reclamações por falta de água, em São João del-Rei, são constantes.

No ‘Boca no Trombone’, transmitido pela 92,7 FM Emboabas Mais Informação, não raro, famílias relatam o sofrimento de passar mais de 15 dias sem uma gota d´água em casa.

Em entrevista ao programa independente da prefeitura, o diretor do Departamento de Água e Esgoto (Damae), o vice-prefeito Jorge Hannas, falou sobre o assunto.

Disse que nos últimos anos a cidade vem crescendo em ritmo desordenado e que a estrutura do sistema de distribuição de água atual não é suficiente para atender a demanda. “São prédios e mais prédios com reservatórios de 80 a 120 mil litros de água. Somando as regiões da Avenida 8 de Dezembro, Vila Marchetti, Belizário e São Judas Tadeu temos 59 prédios. Ao lado do Dom Bosco tem muitos também. A quantidade de água que existia há 25 anos é a mesma de hoje. Não diminuiu, mas também não aumentou”.

E ressaltou que 80% da rede de distribuição precisa ser trocada. “É velha e antiga, obstruída pela corrosão; canos que não suportam braçadeiras”.

Outro problema que impede o andamento dos trabalhos do Damae, segundo o diretor, é o financeiro. Cerca de 43% da população não pagam as contas em dia.

Diante desse cenário, refletiu sobre possíveis soluções. “Podemos fazer um empréstimo com a Caixa Econômica Federal, por meio de um programa destinado ao saneamento básico, para solução imediata, ou buscar uma Parceria Público Privada (PPP)”.

Também citou um projeto que promete aumentar a disponibilidades de água para os bairros mais afetados pelo desabastecimento. “Nosso pensamento é instalar uma Estação de Tratamento de Água no Matosinhos, com capacidade de 10 milhões de litros de água tratada por dia, e desligar o restante do sistema para lá. Assim, vamos redistribuir essa água para bairros que enfrentam falta de água, como Vila São Paulo, Bela Vista, Dom Bosco e Tijuco”, disse.