O jornal O Globo noticiou na quinta-feira, dia 18 de novembro, que um homem de 93 anos submetido a condições análogas à escravidão foi resgatado nesta quinta-feira por auditores-fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais (SRTb/MG), em um sítio da zona rural de São João del Rei. De acordo com o jornal, a ação contou ainda com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.

Segundo a reportagem, a vítima que trabalhava como caseiro da propriedade foi mantida em situação degradante por 26 anos. O senhor não possuía direitos básicos do trabalhador, como carteira assinada, férias e 13º salário. “A casa ocupada pelo idoso era fornecida pelos patrões e estava em condições precárias, com o telhado quebrado, a varanda a ponto de desabar, os forros apodrecidos e as fiações elétricas expostas e com gambiarras”, destaca o jornal.  A matéria também detalha que “o banheiro da casa estava com a descarga do vaso sanitário sem funcionar há anos. O idoso e sua família eram obrigados a usar baldes, e não havia pia para lavar as mãos. O casal usava uma vasilha para fazer as necessidades dentro do quarto”.

Em entrevista, o auditor-fiscal do Trabalho Luciano Rezende, afirmou que o senhor vivia com a esposa, que não teve a idade divulgada. “A esposa do trabalhador disse durante a ação fiscal que era necessário desligar o relógio de luz quando chovia para evitar o risco de choques elétricos, ficando o casal, portanto, molhado, com frio e no escuro. A família tentava, em vão, evitar as goteiras colando fita crepe no forro. O trabalhador idoso era obrigado a dormir em um quarto com goteiras e janela sem vidro, por onde poderiam entrar insetos e animais peçonhentos da zona rural e que sujeitava o empregado às intempéries (vento, frio e chuva) em região de clima frio”.

De acordo com a reportagem do jornal O Globo, após o resgate, o idoso foi acolhido por parentes e retirado da condição análoga à escravidão. Seus antigos patrões foram notificados para recolher o FGTS devido ao trabalhador e, ao todo, foram lavrados 12 autos de infração.

A equipe de reportagem da Rádio Emboabas está em contato com as autoridades citadas e aguarda retorno.