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Após cortes, UFSJ pode paralisar em outubro deste ano; reitor explica como situação afeta economia da cidade
21 de maio de 2021

Campus Santo Antônio da UFSJ – Foto: Reprodução ASCOM

Em meio a uma coletiva de imprensa, realizada na última terça-feira, dia 18 de maio, o reitor da Universidade Federal de São João del-Rei, Marcelo Pereira de Andrade, falou sobre os cortes nos orçamentos da instituição e como isso afeta seu funcionamento. O reitor afirmou que se o corte no orçamento for mantido, a UFSJ só conseguirá manter as atividades até o mês de outubro.

O reitor detalhou que a UFSJ sofreu com um corte inicial de 19,3% em relação a 2020, quase R$ 11 milhões. A universidade está com um orçamento de R$ 39.678.943,00 e um bloqueio de mais R$ 6.350.396,00. Se essa situação se mantiver, a UFSJ estará com um   de R$ 17.340.553,00. Esse orçamento é enviado para as universidades pelo Ministério da Educação (MEC) e destinado para despesas não obrigatórias.

Questionado pela redação da Rádio Emboabas sobre o quadro de terceirizados, o professor Marcelo Pereira destacou que a UFSJ conta com cerca de 400 profissionais neste setor. Tendo esses dados como base, explicou como esses cortes podem impactar a economia de São João del-Rei, cidade onde estão instalados 3 campi da universidade.

“Qualquer perda de emprego, neste momento da pandemia, é muito ruim. Eu conversei e expliquei isso na Casa Civil. É uma situação tão difícil que estamos vivendo, famílias desempregadas, famílias que estão passando por privação de alimentação e necessidades. Claro que, qualquer ação que leve a perda de emprego, vai aumentar isso na cidade. Aumentando o número de pessoas desempregadas, você diminui o consumo. Em um momento como o de hoje, que a economia precisa ser movimentada, uma pessoa em uma situação de desemprego, não tem condições de consumir e fazer as compras necessárias. Não estamos falando de luxo, estamos falando das necessidades básicas.”

Na ocasião, o reitor Marcelo Pereira explicou que, em média, os custos da UFSJ ficaram em 55 milhões, ao longo de 2020. Os maiores gastos foram em contas (água e luz), insumos e pagamento da mão de obra terceirizada. Obras e equipamentos também ocupam grande parte das despesas da instituição.

“Com isso, a gente também deixa de fazer obras e não movimenta a economia. Às vezes, nem só a economia local, também a economia do estado. Porque tem outras empresas que vêm trabalhar aqui e contratam mão de obra em São João del-Rei. Há uma geração de emprego de forma indireta, porque são empresas que contratam os trabalhadores na cidade. Sem o orçamento para dar continuidade a isso, vai impactar negativamente a economia. Então, é uma preocupação. A nossa universidade aqui em São João del-Rei é uma referência, na geração de emprego, no fornecimento de materiais e serviços para a comunidade local.”

A situação da UFSJ é parecida com a de outras instituições do país, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que tem até pesquisa própria de vacina contra a covid-19. As universidades estimam que com os cortes, um retorno das aulas presenciais, de forma gradativa, também não será possível.



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