Nesta terça-feira (11), após cinco dias de paralisação dos funcionários da empresa responsável pelo transporte público do município, a Presidente, houve uma reunião com um dos proprietários da empresa. No entanto, não houve nenhum acordo de pagamento dos salários atrasados.
De acordo com o representante do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de São João del-Rei, o SindUTE, André Nogueira, o representante alegou que a empresa não tem condições de pagar o que deve e não foi feita nenhuma proposta de pagamento para os funcionários. Sendo assim, a paralisação segue por tempo indeterminado.
Ao final da reunião desta terça-feira (11), houve confusão entre assessores de alguns vereadores que estavam presentes. As discussões encaminharam para agressões e foi feito, inclusive, um Boletim de Ocorrências.
Na manhã de segunda-feira, 10 de maio, representantes do movimento e autoridades são-joanenses se reuniram para debater a situação do transporte urbano na cidade com o prefeito da cidade, Nivaldo José de Andrade, que também não sinalizou nenhum acordo. De acordo com André, a reunião também terminou com ânimos exaltados e as palavras de baixo calão ditas pelo prefeito.
Na sexta-feira, dia 07, o prefeito Nivaldo afirmou que fará nova licitação para a empresa responsável pelo transporte municipal, prevista para acontecer no mês de junho deste ano. Vale destacar que até então, a Viação Presidente funciona na cidade com autorização por decretos municipais, renovados a cada seis meses. Ele afirmou que a empresa atual não poderá participar da licitação por não apresentar a documentação necessária.
Ouvintes da Rádio Emboabas já começam a manifestar insatisfação e preocupação com a falta de transporte público. Como relatou a auxiliar de higienização do Hospital Nossa Senhora das Mercês, Geovana Cristina Santana, que mora em Goiabeiras e que está usando aplicativo de transporte para chegar ao trabalho. “Estamos pagando carro particular, com o dinheiro do nosso bolso, porque não tem ônibus. As meninas que trabalham no Albergue e na Santa Casa racham o valor do carro com a gente; tem pessoas de São Sebastião da Vitória, Januário, Rio das Mortes, Goiabeiras. A passagem do ônibus é R$ 4,20 para ir e R$ 4,20 para voltar. Agora, de carro, de sexta-feira a domingo, gastei R$ 60”, relatou.
Geovana faz um apelo para que a situação se resolva o mais rápido possível. “Eu acho que o Prefeito deveria olhar mais por nós que moramos mais longe, porque ganhamos pouco, um salário mínimo. Eu, por exemplo, sustento minha casa e tenho filho. Como vou gastar R$ 60 por semana até resolver? Como vou passar o mês inteiro com as despesas da minha casa? Eu apoio a greve dos funcionários, mas gostaria que solucionasse o mais rápido possível”, disse.
A auxiliar de higienização também pede uma atenção maior com os horários de transportes das comunidades. “Gostaria que quando resolvesse a situação, colocassem ônibus para circular aos domingos e feriados, pois não tem. Precisamos desses horários para irmos e voltarmos para casa”.
Os funcionários realizaram um ato de solidariedade às 14 horas, nesta terça-feira. Os representantes do movimento também estão organizando uma campanha para arrecadar alimentos para os funcionários da empresa que relatam viver uma situação complicada com o atraso dos salários.