São João del-Rei tem registrado um aumento expressivo no número de acidentes de trânsito, o que gera crescente preocupação entre os moradores. De acordo com o Ministério dos Transportes, a cidade contabiliza, em média, mais de 900 acidentes por ano. Recentemente, ocorreram três acidentes graves no centro da cidade: um envolvendo três automóveis na Praça Raul Soares, outro com dois veículos na Avenida Presidente Tancredo Neves, possivelmente causado por um semáforo defeituoso, e um terceiro envolvendo nove veículos na Rua Paulo Freitas.
Este cenário reflete uma situação cada vez mais crítica no trânsito de São João del-Rei. O presidente do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, Aracélio José dos Santos, alerta para o crescimento alarmante do número de veículos circulando pela cidade, tanto os licenciados na cidade quanto os de municípios vizinhos. Segundo dados do Ministério dos Transportes, São João del-Rei possui cerca de 42 mil veículos registrados, quase um para cada duas pessoas.
Segundo o diretor, o centro histórico da cidade, com suas ruas estreitas preservadas como patrimônio cultural, não foi planejado para suportar o tráfego intenso atual. Contudo, a presença de instituições essenciais, como hospitais, bancos, comércios e escolas na região central, intensifica o fluxo de veículos em vias que já não comportam a demanda.
“Por São João del-Rei ser uma cidade histórica de 300 anos, ela não foi projetada para carro, principalmente na área central. Com isso, a infra-estrutura viária fica caótica.”
Apesar disso, algumas soluções estão sendo discutidas pelas autoridades para melhorar a situação. Aracélio ressaltou que é possível melhorar o trânsito nas áreas fora do centro:
“Você já consegue fazer uma alteração viária. Você tem vias paralelas, exemplo, Josué de Queiroz. Você tem Josué de Queiroz, eu quero ir para o Trevo, eu tenho uma via paralela ali, que ela é muito mais rápida, menos fluxo de veículo. Só que para isso, o município tem que fazer uma sinalização mais precisa e uma sinalização de orientação para o motorista usar a via de acesso. Essas alternativas têm que ser feitas para você descentralizar o fluxo caótico e ramificá-lo para as vias secundárias. Então, essa seria uma das soluções.”
Outro ponto importante levantado pelo presidente do Conselho de Trânsito foi a falta de manutenção e qualidade na sinalização viária.
“A gente tem que sinalizar, primeiramente, as vias coletoras. Não que as vias locais não precisem, mas as vias locais são as vias residenciais. As vias coletoras são as vias que fazem ligação dos bairros a outros bairros. Muitas das vias (quando) pinta, dura dois meses, somem a pintura. Como você tem que fazer? Você tem que catalogar todos essas principais vias do município e ali demarcar aonde é a previsão de estacionamento; Então demarca com a faixa amarela, aonde é estacionamento regulamentado. Então vamos fazer a regulamentação de estacionamento para carro, para moto, aonde vão ser feitas as faixas de pedestre. Então, tem que ser tudo catalogado, não pode ser assim, sem que esteja um planejamento. Em relação às placas sinalização vertical, as placas têm que ter grau de refletividade, espessura de chapa, ela não pode ser implantada de qualquer forma. Ela tem que ter uma inclinação para dentro do passeio de 93 a 95 graus, para na hora que você bateu fora a noite ela não ofusca a vista. Isso tudo é que o município tem que fazer.”
Enquanto o município não implementa essas melhorias, a recomendação é que motoristas redobrem a atenção, especialmente no centro de São João del-Rei, onde o trânsito é mais intenso e a infraestrutura viária continua a ser um desafio. A necessidade de uma solução mais ampla e organizada é urgente, e a população espera por ações concretas que melhorem a segurança e fluidez nas vias da cidade histórica.