Emboabas

Gerente da Viação Presidente explica os motivos por trás do aumento da tarifa de ônibus

A partir de quarta-feira (10), o valor da passagem dos ônibus da Viação Presidente que atende São João del-Rei irá sofrer um aumento de R$ 4,30 para R$ 4,75. O novo valor foi aprovado pelo Conselho Municipal de Trânsito.

Em entrevista à Rádio Emboabas, Reginaldo Lúcio de Freitas, Gerente da Viação Presidente na cidade, explica que o aumento dos preços vem para cobrir os custos de operação: “Nós temos diesel, lubrificantes, peças e acessórios e isso a gente não consegue reduzir. Pra que eu reduza o diesel eu tenho que deixar de rodar. Deixar de rodar significa o quê? Cortar horário, cortar viagens. Hoje a gente já opera dentro do município com trezentos e quarenta e uma viagens tanto distrital como urbano. Então se eu cortar isso hoje não vai ser viável pra população, então a gente fica absorvendo esse custo e vem pra planilha técnica.”

Outro ponto levantado por Reginaldo são os vários grupos que possuem a gratuidade das passagens: “Temos uma média de cinquenta e três a cinque e sete mil gratidade mês rodando. Isso é porque eu tenho um controle de certas categorias que eu não posso obrigar a passar pela roleta. Então, eu tem uma lei. O decreto municipal que fala que ele não precisa passar pela roleta. Então isso aí se você pegar mais ou menos hoje a custo tarifário dá em torno de duzentos e sessenta mil por mês, sem subsídio e isso impacta diretamente para o usuário final, porque ele tem que pagar esse custo operacional.”

Segundo o gerente da Viação, a empresa não possui licitação desde 2011, por isso não conta com nenhum subsídio de ajuda de custo por parte do governo municipal, o que impacta diretamente nos custos de operação.

Aracélio Santos, Presidente do Conselho Municipal Trânsito e Transporte de São João del-Rei, explica a situação: “A viação Presidente não tem uma licitação vigente dentro do município, desde 2011, então teve a obrigatoriedade do município fazer o plano de mobilidade urbana e consequentemente a licitação não poderia ser feita devido à finalização deste plano de mobilidade urbana. Por isso que hoje o sistema operacionalizado está através de decreto municipais por ser um serviço essencial à população. O que regulamenta a prestação de serviço hoje da viação Presidente é o contrato de 2011. Assim, se o poder executivo do prefeito entender que eles têm direito ele oferta um valor e dessa e é enviada a proposta ao Conselho de Trânsito. Hoje o município tem que dar um subsídio para não onerar o usuário a pagar uma tarifa que não seja uma tarifa módica porque hoje temos várias gratuidades do transporte público.”

Quanto aos horários reduzidos desde a pandemia, o diretor da Viação alegou que não possui planos para que o número de ônibus retome os horários:

“Essa questão é muito complicada, se eu aumentar hoje o número de viagem do que eu já tenho hoje operando, quem vai arcar com custo? Porque o que acontece? Qualquer viagem que você colocar no sistema aumenta-se o custo operacional. Se o município fizesse o subsídio, eu acredito que no próximo edital de licitação vai ocorrer isso, porque sem isso eu acredito que não vai ter uma empresa privada querendo investir no município, eu não sei, às vezes pode até que tenha, mas com essa quantidade de viagem, com a tarifa que a gente tem hoje, é inviável. E para que faça novos investimentos, novos horários, tem que ter o edital de licitação prevendo isso.” 

O presidente do Conselho de Trânsito reforça que a solução para o problema do transporte público na cidade passa por uma nova licitação, que deve prever subsídios e investimentos em novos horários e itinerários.

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