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Trabalhadores de fazenda em São João del-Rei denunciam crime de trabalho análogo à escravidão

No final da tarde de segunda-feira (01) a Polícia atendeu a uma solicitação onde um cidadão disse estar sendo vítima de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda, na região de São João del-Rei.

Segundo o relato, o cidadão, de 36 anos de idade, realiza atividades referentes à produção de carvão e disse que recebeu uma proposta de emprego para trabalhar em uma fazenda onde iria executar o serviço de produção de carvão em todas as suas etapas.

Neste contexto, seria oferecido pagamento do serviço prestado contabilizado de acordo com a produção, por volta de R$ 35,00 por cada forno completo, além de alojamento, alimentação e assistências de modo geral. O solicitante é natural do norte do estado de Minas Gerais e foi oferecida a passagem para o deslocamento até São João del-Rei.

Porém, o indivíduo alegou que estaria vivendo em situação de trabalho análogo à escravidão, em um ambiente degradado, onde até os mantimentos se encontravam armazenados junto a produtos químicos, como agrotóxicos e fertilizantes.

O denunciante alegou que mais duas pessoas estariam morando em um cômodo de aproximadamente nove metros quadrados, possuindo apenas uma janela pequena para ventilação, três camas e um fogão à lenha que, quando utilizado para cozinhar, torna o ambiente inadequado para convívio.

Ainda segundo o solicitante, o local não possui banheiro e as necessidades básicas teriam que ser feitas nos matos ao redor da fazenda. Já o banho seria realizado ao lado de fora, em um canto de um muro onde utilizava paletes e telhas de amianto como paredes improvisadas para preservar sua intimidade, sem teto e piso, utilizando água esquentada em panelas devido à falta de água canalizada.

O cidadão disse ainda à Polícia que no final de semana foi agredido e trancado dentro de um quarto por uma mulher, tendo que sair depois que seu filho de doze anos de idade abriu a porta. A partir desse dia, ele estaria dormindo na rua e sem o pagamento pelo serviço prestado nos últimos dias.

A Polícia foi até ao local e constatou as condições degradantes de trabalho. No momento, algumas vítimas ainda resistiram a deixar o local temendo perder o emprego.

O responsável pela contratação disse que recebe cerca de 2 a 3 mil reais mensais, contudo não possui vínculo empregatício com a fazenda. Os acusados foram presos e o dono da fazenda não foi localizado, uma vez que mora no estado do Rio de Janeiro.

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