Nesta sexta-feira, dia 8 de dezembro, São João del-Rei completa 310 anos de história. A data remete à elevação do antigo Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar à Vila de São João del-Rei, ocorrida em 1713. A escolha do nome foi uma homenagem ao rei de Portugal, D. João V.
A cidade tricentenária, detentora de diversos títulos, incluindo o de Capital da Cultura em 2007, concedido pela organização não-governamental Capital Brasileira da Cultura, com apoio do Ministério da Cultura, Ministério do Turismo e Unesco, celebra sua rica herança cultural.
São João del-Rei continua encantando seus habitantes e visitantes, mantendo-se fiel às suas deslumbrantes paisagens arquitetônicas e naturais. O charmoso centro histórico, com suas ruelas e construções seculares, permanece como um testemunho vivo da riqueza histórica da cidade.
Um dos museus do município, o Museu Regional de São João del-Rei, destacou algumas curiosidades de São João del-Rei: São João já recebeu visitas dos imperadores do Brasil. De acordo com o Museu, o início do Período Imperial foi visto com bons olhos pelos moradores da Vila, após a Independência do Brasil. Foi nesse momento que São João recebeu as visitas dos monarcas, durante suas comitivas em Minas Gerais. D. Pedro I esteve aqui em duas oportunidades, em abril de 1822 e em janeiro de 1831. O seu filho, o imperador D. Pedro II, também visitou a cidade duas vezes em 1881. A última aparição em terras são-joanense foi para inaugurar a Estrade de Ferro do Oeste de Minas (EFOM).
E por falar em EFOM, a Maria-Fumaça é a mais antiga ainda em funcionamento. A partir de sua criação, a ferrovia ligou a área central aos bairros no entorno. Além disso, possibilitou a chegada de trabalhadores de várias regiões e o comércio. É a Maria Fumaça mais antiga em funcionamento no Brasil, com 141 anos. O trecho remanescente da estrada de ferro liga as cidades de São João del-Rei e Tiradentes, com cerca de 12km de extensão. Além disso, a Estação abriga o Museu Ferroviário, onde é possível conferir o acervo histórico da ferrovia.
O Museu ainda lembra uma das famosas lendas da cidade: Há décadas uma lenda percorre a cidade e fala sobre um dos sinos da Igreja de São Francisco de Assis, supostamente responsável pela morte do sineiro João Pilão, no fim da década de 1930. Dizem que durante a procissão de Domingo de Ramos, o sineiro foi encontrado morto em uma das torres, provavelmente atingido na cabeça durante o movimento de dobra do sino que tem até nome próprio: Jerônimo. Dizem que foi preso e até “condenado à morte” ou seja, foi derretido. Você deve estar se perguntando o porquê do nome… É que aqui existe o ritual de batizar e nomear os sinos com nomes católicos. Uma cerimônia religiosa acontece antes dos sinos serem “inaugurados” e tocarem para a cidade.
Sem falar na culinária: bolinho de feijão, torresminho… Tudo bem mineiro e cara de São João del-Rei que completa 310 anos! Vários vivas para a senhora São João del-Rei.