O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural de São João del-Rei aprovou, na última semana, o tombamento institucional da Serra do Lenheiro.
A iniciativa foi possível após o desenvolvimento de um dossiê, que comprova a importância cultural e natural da serra.
Só para se ter uma ideia da profundidade do relatório, a escrita desse documento é o resultado de mais de 20 anos de estudos. É o que contou às redes sociais da Secretaria Municipal de Cultura um dos pesquisadores responsáveis, Ulisses Passarelli. “O processo de tombamento foi baseado em um estudo técnicos que chamamos de dossiê. Foi uma produção de uma equipe autoral, coordenada por mim, incluindo minha mulher, Betânia; meu filho, Iago; o geógrafo, Arlon; o guia de turismo, Miranda; e o ecologista, Edmilson Salles. Essa equipe trabalhou longamente. Ao todo, soma-se 23 anos de pesquisa”.
Ulisses explicou que, na verdade, a Serra do Lenheiro já é tombada por decreto desde 1988. O que foi feito agora é uma revalidação do tombamento. “O tombamento já existia desde 1988, mas era um processo administrativo. O que o Conselho do Patrimônio vem fazer é convalidar esse tombamento. São mecanismos de preservação que trazem garantias para que a serra se mantenha da maneira mais conservada possível”.
Lembrou, ainda, por que a região é tão rica. “É um ganho incrível para São João del-Rei dadas as potencialidades da Serra do Lenheiro, seja pela questão do turismo ou preservação do nosso patrimônio natural e cultural. Sabemos que a serra, por exemplo, é um manancial de águas, que abastece parte da cidade e tem potencial para mais”.
A Serra do Lenheiro é o único patrimônio natural de São João del-Rei. A serra surgiu há cerca de 1,6 bilhões de anos e tem uma altitude de 1.218m.
A região é uma continuação da Serra de São José, situada em Tiradentes, e entre as duas serras fica o Vale do Rio das Mortes.