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Setor de endemias relata alta recusa dos são-joanenses em receber agentes de endemias que trabalham no combate ao mosquito Aedes Aegypti; entenda a importância das visitas domiciliares

Foto: Divulgação Setor de Endemias de SJDR

Os casos de dengue em São João del-Rei não param de aumentar. Ainda que tenha diminuído o ritmo de crescimento dos casos positivos, a cidade histórica enfrenta uma epidemia de casos da doença em 2023.

E, em mais uma etapa da ação de enfrentamento ao Mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão de Dengue e de Chikungunya, a Secretaria de Saúde, por meio do setor de epidemiologia está realizando visitas domiciliares em cinco bairros da cidade: Residencial Lenheiros, São Bento, Barro Preto, Residencial Dom Lucas e Residencial Risoleta Neves.

A novidade é o uso do sistema AERO SYSTEM, que foi desenvolvido para aplicações de inseticidas na formulação aerossol, com o objetivo de reduzir os índices de infestação do mosquito Aedes Aegypti e proporcionar uma barreira de contenção na disseminação de casos das doenças transmitidas pelo mosquito.

Ao contrário das ações de pulverização de inseticida já utilizadas no município, o diferencial desta estratégia é que sua aplicação é realizada dentro das residências, onde o mosquito está abrigado e a espera do momento oportuno para fazer uma nova vítima. A eficácia da ação está justamente em sua metodologia de aplicação, pois o inseticida será aplicado onde o mosquito estará alojado, dentro das residências, tornando sua eliminação mais garantida.

No entanto, algumas recomendações devem ser seguidas. E com isso, existe uma alta recusa, por parte da população, em receber os agentes. Quem destaca é o Coordenador do setor de endemias, Hebert Jaques de Matos: “Infelizmente não está tendo aceitação da população porque as pessoas precisam, após a aplicação do inseticida, se retirarem do interior da residência e só retornarem após 30 minutos. São instruções específicas que nós temos que seguir já que todo e qualquer inseticida tem riscos, sobretudo para quem é alérgico. Por isso, também pedimos a cobertura de todos utensílios domésticos com panos durante aplicação”.

Mas para facilitar a logística, o trabalho é agendado. “Nossos agentes passam no dia anterior programando os imóveis que vão fazer o trabalho no dia seguinte. Conversam com o morador, perguntam se tem interesse e, em caso positivo, já passam as orientações específicas e já programam ali para o dia seguinte. Acho que tinha que ter aceitação coletiva já que assim todos estarão mais protegidos na vizinhança”, destaca.

O Secretário Estadual de Saúde, Fábio Bachereti também reforça a importância de receber os agentes de endemias no dia a dia. “O grande problema está nas larvas que estão na água parada. O ponto mais importante é a gente poder abrir as casas para que os larvicidas sejam depositados nos ralos, vasos, calhas. Mais seguro que o fumacê é abrir as portas de suas casas e deixar os agentes de endemias realizarem ali o trabalho mais eficaz”, afirmou.

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde divulgado na sexta-feira, 07 de julho, São João del-Rei tem agora 740 casos para dengue confirmados. A pasta ainda investiga outros 356 casos possíveis para a doença. 1.295 exames deram negativo. No total, já são 2.391 notificações. Já para a chikungunya o município acumula 574 notificações, sendo que 269 testaram positivo e 12 aguardam resultados, outros 293 testaram negativo.

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