A história se repete e as vítimas se multiplicam. Na última semana, em menos de 24 horas, dois são-joanenses caíram no tradicional golpe do WhatsApp.
A primeira vítima foi uma senhora de 73 anos. Acreditando conversar com a filha, transferiu mais de R$ 2.400 para um estelionatário. Tudo foi muito bem arquitetado. A foto utilizada pelo criminoso era a mesma que a filha usava. Até mesmo a forma de conversar era igual. Para justificar o número diferente, disse que havia trocado.
Durante a conversa, comentou que precisava pagar um boleto e estava com problemas no aplicativo. Precisaria, então, de uma transferência bancária.
O mesmo aconteceu com um homem de 57 anos, que perdeu mais de R$ 2.300, e com uma senhora de Tiradentes de 66 anos. O prejuízo foi de R$ 2.188.
Não há uma semana sequer que este mesmo golpe não saia no “Noticiário Policial”, transmitido pela 92,7 FM Emboabas Mais Informação.
As técnicas utilizadas pelos estelionatários são sempre as mesmas. Eles invadem o WhatsApp de uma pessoa e estudam sua forma de comunicar com os amigos e familiares. Depois de avaliar quem são as pessoas mais próximas à vítima, iniciam uma conversa.
Geralmente, o golpista diz que teve problemas com o aplicativo de banco. Na sequência, de duas, uma: ou pede para pagar um boleto ou um depósito via pix.
O Sargento Samuel, do 38º Batalhão de Polícia Militar de São João del-Rei, explica que a verificação em duas etapas é uma das formas de evitar a clonagem do WhatsApp. “O golpista, para que ele instale o Whatsapp, ele vai precisar de uma senha que a pessoa recebe ao instalar o aplicativo em um outro celular que não seja o seu, que está em funcionamento. Essa senha chega em mensagem de texto para a pessoa do seu celular. Ele vai de alguma forma, através de uma ligação, se passando pela operadora de celular, o pelo banco, vai pedir a senha e você ali vai passar a senha pra ele, nesse momento, já começou a cair no golpe. Se você fizer a verificação em duas etapas, que é feita naqueles três pontinhos > vai configurações > conta > verificação em duas etapas. Ou seja além dessa senha que vai ser enviada via mensagem de texto, você vai criar uma outra senha, uma senha pessoal.”
Mas caso aconteça, após descobrir o golpe, a orientação é avisar os contatos mais próximos para impedir que sejam lesados ou extorquidos.
No caminho contrário, se alguém pedir a você pelo WhatsApp altas transferências bancárias ou pagamento de boletos, desconfie. “Mas quando chegar ali um pedido de um pix de mil, mil e quinhentos, dois mil, três mil reais, desconfie! Faça uma ligação para o contato que está te pedindo, faça uma ligação telefônica, verifique se de fato é ele mesmo quem está te solicitando esse dinheiro.”
Em situações como essas, a Polícia Militar está disponível para orientações. Basta comparecer na unidade policial mais próxima.