O alerta de uma epidemia de dengue de 2022 segue valendo para os primeiros meses de 2023. Em São João del-Rei, foram 221 casos positivos para a doença e um óbito confirmado no ano passado. Em 2023, a Secretaria de Saúde registrou um caso para a doença, entre as 14 notificações. A cidade já descartou dez casos para a dengue, e aguarda resultado de outros três testes.
O ano de 2022 foi o período em que mais pessoas morreram de dengue no Brasil no século. De acordo com boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 1.016 pessoas faleceram, no ano passado, em decorrência da doença — ainda existem 109 mortes em investigação. O número é o maior do século e só fica atrás dos registros da década de 1980, quando a dengue se tornou uma epidemia no Brasil pela primeira vez. No ano passado, foram mais de 1,4 milhão de casos prováveis, um aumento de 162,5% na comparação com 2021.
A transmissão de doenças como dengue, Zika e chikungunya ganha impulso no período do verão. A combinação de calor e chuvas promove o ambiente ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças. Os ovos do inseto podem permanecer em ambientes secos por mais de um ano. Quando entram em contato com a água, dão continuidade ao ciclo de vida do mosquito que inclui as fases de larva, pupa e adulto, quando ele é capaz de voar e transmitir os vírus.
Do ovo à fase adulta, o ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti leva de sete a dez dias. Por isso, a intervenção semanal pode interromper esse processo e diminuir significativamente a incidência das doenças.
Qualquer recipiente que permita o acúmulo de água parada pode se tornar um foco em potencial para a reprodução do Aedes aegypti. Pneus, vasos de planta, caixa d’água, bandeja da geladeira, calhas, galões, baldes, garrafas e entulho estão entre os principais criadouros do mosquito.