O bloqueio imposto pelo Governo Federal ao orçamento das universidades e institutos federais, não é o primeiro de 2022 e pode causar uma dívida de mais de R$ 2 milhões nas contas da Universidade Federal de São João del-Rei. Como explica o primeiro secretário do DCE, Diretório Central dos Estudantes, Micael Matos.
“Esse último corte foi de 366 milhões de reais. Em junho nós temos um corte de 1 bilhão e 600 reais do MEC, depois tivemos outro corte em Outubro. Esse é um processo que a gente vem sofrendo a mais de 4 anos. A gente fica cada vez mais a mercê de um governo que está realmente pautando a precarização do ensino público de qualidade e transformando ali o espaço da universidade. Perdendo insumo para inúmeras coisas, ou seja, tem departamento que não consegue ter insumo para laboratório, estágio entre outras coisas.”.
De acordo com o secretário do DCE, a situação é tão grave que a UFSJ já está com as contas negativas, o que impede o pagamento de contratos, manutenção do básico, assistência estudantil entre outras.
“A UFSJ atualmente está sem dinheiro, ou seja, todo o trabalho que eu estava fazendo ele está impossibilitado até que esse dinheiro seja pago. Esse novo corte do congelamento das verbas é um corte ainda maior, os outros cortes não mexeram no que estava empenhado. Todos os processos da universidade que estavam empenhados também ficam congelados. E nisso vai entrando outras coisa, como a compra de papel higiênico, detergente, sabão, álcool em gel, máscaras, tudo isso está inviabilizado, mesmo que já estivesse escrito no papel.”
A situação fica ainda pior pois a universidade, não para suas atividades e depende da verba do governo federal para dar continuidade e honrar com seus compromissos já firmados e continua assim, aumentando sua dívida.
“A Universidade fica realmente no vermelho e as verbas que virão nos próximos anos vão tendo que ser diluídas para ir enxugando o que esse corte gerou. Esse corte pegou o dinheiro que iria pagar o funcionamento da universidade até o meia de fevereiro, a gente sabe que vai ser o período de férias para os alunos, mas a universidade não para, tem o SISU, as colação de grau, tem que manter os sistemas da Universidade funcionando e isso vai atrasar todo esse processo.
Na quinta-feira, 8 de dezembro, o reitor da Universidade, Marcelo Andrade foi a Brasília e conseguiu que a verba PNAES fosse liberada, ainda que boa parte dela esteja empenhadas nos Restaurantes universitários e bolsas socioeconômicas, não aborda bolsas como a de monitoria, pesquisa e extensão, iniciação científicas e outras bolsas que auxiliam os alunos a suprir as necessidades na cidade.
Segundo Micael, o valor é cada vez menor, assim menos alunos são beneficiados pelas bolsas socioeconômicos e deveria ser o contrário, o investimento deveria estar crescendo. Micael reforçou que o auxílio das bolsas é o que mantém muitos alunos da UFSJ nas cidades em que estão situados os seus campus.