A Campanha de Vacinação contra a Poliomielite foi intensa. Foram quase 80 dias de mobilização para estimular os pais a levarem seus pequenos até os postos de saúde. Mas os esforços não foram suficientes. O índice de cobertura vacinal segue abaixo do ideal.
Tanto que no último domingo (06) o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento em rede nacional, em rádio e TV. Alegou ser inaceitável que crianças morram por doenças para as quais já têm vacinas disponíveis. “Há 32 anos, a região das Américas é considerada livre da Poliomielite, mas infelizmente as coberturas vacinais estão caindo no mundo, assim como no nosso Brasil. Corremos o risco de perder essa importante conquista. Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis, vacinem suas crianças contra a Poliomielite. Não podemos aceitar que ninguém, especialmente as nossas crianças, adoeçam e morram por doenças para as quais já existem vacinas há tanto tempo.”.
São João del-Rei vive a mesma tendência nacional. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, mesmo após prorrogar a campanha e promover mais de um Dia D de Vacinação, a meta não foi alcançada. Ficou em 70,89%.
A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Katiuscia Carolina Canaã, alerta sobre o risco de retorno da doença, conhecida como ‘paralisia infantil’. “Primeiro tem esse movimentos antivacinas que vem se fortalecendo. São pessoas que não tem conhecimento científico e divulgam as fake news. Não está relacionado somente à pandemia, porque essa cobertura vacinal vem abaixando desde 2015. O que acontece? As pessoas não ouvem falar da doença, não ficam sabendo de casos e se esquecem da gravidade. Tanto que o último caso no país foi em 1989. O Brasil, em 1994 recebeu um certificado da Organização Pan-americana de saúde como país longe do risco da doença. Só que agora, com essa cobertura vacinal muito baixa, corre-se o risco dessa doença, desse vírus ser introduzido aqui no Brasil.”
Em São João del-Rei, Santa Cruz de Minas, Tiradentes e em toda a região, a vacina contra a pólio continua disponível. Basta comparecer ao posto de saúde mais próximo de casa e conferir a disponibilidade de doses no dia e o horário de aplicação.
Não se esquecer de levar o cartão de vacinas do pequeno e um documento de identificação.