A secretária de assistência social de São João del-Rei, Aline Gonçalves, concedeu entrevista, na manhã desta quinta-feira (01), para se posicionar sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Alimentos Vencidos, em andamento na Câmara Municipal.
A CPI apura supostas irregularidades na compra, armazenamento e distribuição de alimentos pela pasta. A abertura da investigação foi solicitada após vereadores identificarem, em vistoria surpresa a Casa Lar em 2021, produtos vencidos.
Aline alegou estar indignada com os depoimentos de ex-funcionários da instituição à comissão. Questionou porque os relatos não vieram à tona no momento em que o fato ocorreu. Acredita que estão ressentidos por não fazerem mais parte da equipe da Assistência Social. Também que a visita a Casa Lar foi montada. “Aquela situação que aconteceu na Casa Lar foi montada. Até mesmo os funcionários que estavam ali comigo acompanhando a vistoria do Ministério Público viram que não tinha carne suficiente lá. No outro dia, misteriosamente, carnes, como, coxa e sobrecoxa, voltaram para o freezer. Até mesmo os funcionários que estavam comigo se assustaram”.
Disse ainda que o Ministério Público acompanhou toda a vistoria, mas não solicitou o fechamento da Casa Lar nem abriu processo contra a prefeitura. “Se naquele momento em que houve a abordagem o Ministério Público tivesse identificado algo absurdo da colocação que está sendo feita por essas testemunhas agora, ele (Ministério Público) tinha o poder imediato de fechar a casa e entrar com processo em cima da gente”.
Após a visita à casa de acolhimento, o Ministério Público esteve no almoxarifado da Assistência Social para vistoria. Lá foi encontrada uma caixa de ovos fora da validade. Aline explicou que, por ser período de pandemia, os funcionários estavam trabalhando à distância. Por essa razão, o espaço não estava totalmente organizado. E que muitos produtos haviam sido adquiridos com antecedência para deixar em estoque. Mas afirmou que reorganizou tudo de acordo com a solicitação. “Meu almoxarifado está aqui. Depois que a Vigilância Sanitária me deu prazo para que eu organizasse, não teve mais nenhuma visita. Esperou-se um momento oportuno de conveniência para eles começarem a falar sobre o ocorrido novamente”.
Sobre a acusação de não desejar comparecer na CPI, a secretária falou que aguardava esclarecimento da comissão sobre o seu papel. “Eu, como detentora da pasta de Assistência social, sou investigada. E recebi uma notificação para depor como testemunha, mas o meu advogado disse que isso está errado. Eu sou investigada. É preciso esclarecer se sou testemunha ou investigada. E lembrando que, em nenhum momento, meu advogado foi intimado a comparecer comigo nas audiências”.
Confira a entrevista completa aqui: https://www.youtube.com/watch?v=FZNvegonYrI