O atual cenário da Covid-19 na Ásia e na Europa, que tem levado alguns países a retomar o lockdown e o distanciamento social em consequência do segundo ciclo do Coronavírus, fez que várias cidades cancelassem as festas de fim de ano e o Carnaval 2022, como São João del-Rei e Tiradentes.
O médico sanitarista e professor da Universidade Federal de São João del-Rei, Luiz Antônio Pinto, comenta sobre os impactos que a realização do Carnaval podem causar, ainda em meio a pandemia. Nós ainda estamos em uma pandemia, embora ela esteja relativamente controlada, com um bom número na vacinação. A pandemia está aí, a gente tem casos salpicados, mas eles não deixaram de existir, inclusive de pessoas vacinadas”. O Carnaval é considerada a festa mais popular do Brasil e a aglomeração é intensa. “Ao promover uma festa como o Carnaval, em que ninguém irá de máscara para a Avenida, as pessoas vão beber, não vão tomar os cuidados necessários de higienização e vão se aglomerar. Portanto o risco de contaminação é muito grande. Sem contar que receberíamos pessoas de outros locais e a possibilidade de uma nova onda da variante da África. Portanto, eu acho que o risco é muito grande de ter uma aceleração dos casos e uma reativação da pandemia, que está bem controlada”.
Sobre a vacina, o médico explica mesmo uma pessoa mesmo vacinada pode transmitir o Coronavírus, então se ocorrer o encontro de muitas pessoas, mesmo vacinadas, sem proteção de máscara, é possível que haja transmissão. Os casos graves são menos frequentes entre os vacinados, mas ainda ocorrem. “Todos nós sabemos desde o início que as vacinas não dão 100% de imunização. Haja vista que temos visto casos de pessoas com Covid-19 e esquema vacinal completo. Portanto não dá para afirmar que mesmo com uma cobertura vacinal, relativamente boa, a gente não vai ter propagação de contágios. Mesmo pessoas vacinadas podem transmitir e carregar o vírus”. Luiz acrescenta que esse não seria ainda o critério. “O critério da cobertura vacinal, serviria para você permitir uma aglomeração quando a gente tivesse um controle praticamente total da pandemia acontecendo no país todo e não só na região”.
Secretários e prefeitos das 30 cidades da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, entre elas São João del-Rei – que já havia anunciado o cancelamento e Tiradentes, decidiram na última sexta-feira (10/12), por unanimidade, pela suspensão