Há alguns anos, a última sexta-feira do mês de novembro, se tornou um dos períodos mais esperados por comerciantes e por consumidores. No dia acontece a Black Friday. De acordo com dados do Fecomércio MG – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais, para este ano cerca de 29,9% do comércio varejista mineiro pretende realizar ações para esse dia. E assim como no estado, em São João del-Rei existe uma grande expectativa com relação às vendas nesta data.
Em entrevista à Rádio Emboabas, o presidente do Sindcomércio – Sindicato do Comércio de Bens e Serviços de São João del-Rei, Wainer Haddad explicou os motivos da Black Friday ter se tornado tão importante para o comércio local. “No final de novembro agora, nós estamos com um estoque alto, um estoque que está sendo reposto para o final de ano, que é o Natal, então, nós estamos recebendo mais mercadorias. Para aumentar o nosso fluxo de caixa, nós precisamos ter essas vendas para fazer frente ao que temos que pagar no mês de dezembro. Essas mercadorias que chegaram até outubro, até o princípio de novembro, muitas empresas põe essas mercadorias com atrativos nos preços. Por quê? Porque elas precisam circular para que possam entrar mais mercadorias nas lojas. Para a gente a Black Friday foi uma data que realmente veio para ficar, é uma antecipação das vendas de Natal.”
O presidente ainda falou que para o dia 26 de novembro existe uma grande expectativa do comércio são-joanense e que os comerciantes da cidade estão prontos para receber os consumidores durante esse período. “Nós temos sim uma expectativa muito boa para a Black Friday agora do dia 26, visto que o consumidor está à procura de preço, qualidade, atendimento. Nosso comércio tem que estar preparado e pronto para receber os consumidores nessa data. É uma data que temos que ter muito carinho por ela, é uma data pré-Natal, significa muito para o comércio, significa uma venda adicional para o Natal. Nós estamos preparados com estoque, tudo já organizado para essa venda do dia 26.”
Há alguns anos atrás a Black Friday era vista com certa desconfiança por parte dos consumidores. Uma vez, que alguns empresários, antes desse período, aproveitavam para subir os preços e depois voltar com o preço normal, durante a Black Friday, para que os consumidores acreditassem que eles estavam comprando com desconto. Wainner conta que não acredita nessa prática por dois motivos: o comerciante que se prestar a isso vai prejudicar o seu próprio negócio e os consumidores estão atentos aos preços. “Quando começou a Black Friday no Brasil, a gente costumava a falar que era metade do dobro, o comerciante, o empresário dobrava a mercadoria depois dava um desconto de 50% e ficava no mesmo preço que estava vendido antes da Black Friday. Isso não acontece mais, não tem mais jeito. O comércio hoje é competitivo, o consumidor está atento, está prestando atenção em todas as coisas que acontecem. E, outra coisa, o empresário que pensar em fazer isso vai estar fora do mercado muito breve, porque não adianta querer levar vantagem de uma forma desonesta. Nós temos que estar sempre muito ligados, muito antenados, ao nosso cliente, ao mercado, às necessidades de cada um.”
O comércio municipal tem uma forte corrente: as compras feitas via internet. E essa disputa se torna ainda mais acirrada em datas comemorativas, Wainer explica os motivos pelo qual o consumidor deve optar por valorizar o comércio local, já que isso influencia diretamente na economia da cidade. “Os impostos do comércio de São João del-Rei são revertidos para a população de São João del-Rei. Nós é que geramos emprego, é o comércio que gera emprego, é o comércio que gera renda, que gera imposto. Comprando fora de São João del-Rei você tem frete, tem a incerteza da mercadoria que vai chegar, se vai chegar no tamanho certo, com defeito ou sem defeito. No comércio local você compra, você troca, tem toda a estabilidade, conhece a empresa, os funcionários, o dono da empresa, são pessoas que te tratam com carinho, com atenção. O consumidor tem que valorizar o comércio da sua cidade.”
O presidente ainda ressaltou que mesmo com um fluxo grande de pessoas, os estabelecimentos comerciais vão continuar seguindo as normas sanitárias para combater a Covid-19. Para que assim os consumidores possam fazer as suas compras de forma tranquila e também evitar que os empresários sejam prejudicados caso a situação pandêmica da cidade piore, e as lojas voltem a fechar.
