Não restam dúvidas de que o avanço da tecnologia promoveu revoluções. As distâncias foram encurtadas e o acesso à informação está muito mais democrático. Mas não se pode negar que abriu portas também para mal-intencionados, inclusive, novos golpes.
A disseminação de fake news é um deles. Somente o título de uma notícia falsa já é capaz de provocar medo e desorientar em assuntos que impactam a nossa vida, como educação, política e economia.
Uma das áreas mais afetadas, atualmente, é a saúde. O índice de notícias mentirosas que circulam falando sobre fatores que causam alguma doença ou metodologias caseiras de cura impressiona. Mas o alvo central hoje são as vacinas, especialmente as contra a Covid-19. Pesquisa realizada pela Fiocruz revela que 19,8% das fake news presentes na internet, redes sociais ou aplicativos de mensagens são sobre vacinas.
E para ter a certeza de que elas realmente fazem efeito, basta olhar os índices de cobertura vacinal. Desde 2015, o número de pessoas que buscam pela vacinação está em queda, o que tem permitido o retorno de doenças já erradicadas. Em Minas Gerais, por exemplo, entre 2017 e 2019, houve epidemia e surto de febre amarela e sarampo.
Até o final deste mês de novembro, em todo o Brasil, acontece a Campanha de Multivacinação. O objetivo é atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes de até 14 anos. O enfermeiro do setor de epidemiologia de São João del-Rei, Gilberto de Souza, afirma que os imunizantes são seguros e que é preciso tomar cuidado com a desinformação.
“Hoje, passamos por um processo no qual há uma grande disseminação de informações, mas nem todas são verdadeiras. Por isso, é importante frisar que as vacinas são seguras e já vêm sendo trabalhadas ao longo dos anos. A maioria delas apresenta sintomatologias leves, como uma dor na região de aplicação, uma leve indisposição. Isso é esperado por algumas vacinas, mas não é algo específico para todos que se vacinam”, explica.
Agora, algumas dicas para evitar cair nas fake news. Desconfie de títulos muito absurdos ou chamativos; verifique se ao longo da notícia está indicada a fonte da informação, ou seja, de onde vieram os dados; atenção a escrita. Veja se há muitos erros de ortografia; caso desconfie, tente encontrar a mesma informação em portais de notícias confiáveis; em caso de vídeos, observe quem está transmitindo a informação e como; e quando o assunto for saúde, se ainda estiver em dúvida, converse com o agente de saúde do seu bairro antes de compartilhar a notícia com amigos e familiares.