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Agosto Lilás: a cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas

Foto: Reprodução

Os números impressionam. A cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas no Brasil. Não bastassem as preocupações impostas pela pandemia, dados do DataFolha revelam que uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de agressão durante esse período de emergência sanitária.

E a violência doméstica não é apenas física. A vida de uma mulher pode ser destruída de várias outras maneiras, como explica a Sargento Aline, comandante da Patrulha da Prevenção à Violência Doméstica. “Existe também a violência sexual, quando o homem força uma relação, filma e divulga as imagens; tem a violência psicológica, que causa danos emocionais. O homem humilha, constrange, persegue e ameaça; a violência moral, que afeta a dignidade da vítima; e a violência patrimonial, que é quando o autor destrói os objetos da vítima, rasga roupas, quebra celular”.

Um detalhe que chama a atenção é que 47% dos agressores são ex-companheiros. Mesmo após o término da relação, insistem em perseguir a mulher. E 42% dos autores já vivenciaram episódios de violência durante a infância.

A violência doméstica pode começar bastante mascarada. Muitas vezes a mulher nem se dá conta de que está dentro de um relacionamento abusivo. Geralmente, ele funciona como um ciclo de três fases. São elas: tensão, explosão e a lua de mel.

A Sargento Aline explica como tudo se inicia na tensão. “A fase de tensão aumenta pela irritabilidade do agressor. Ele se mostra estressado, agressivo, culpa a vítima e busca torna-la amedrontada. E a vítima se vê pisando sobre ovos, tentando de todas as formas não provocá-lo ou não irritá-lo ainda mais. Nesta fase, temos maior incidência das violências psicológica e moral”.

Logo em seguida, vem a explosão. Toda a tensão acumulada na primeira fase se converte em agressões física, relações sexuais forçadas ou violência patrimonial.

Fechando o ciclo, chega-se à lua de mel, quando o agressor se diz arrependido, volta a tratar a mulher com carinho, tenta uma reconciliação e convence a vítima a não o denunciar.

Mas a orientação da Sargento é que, independente da situação, a denúncia seja feita. “Primeiro passo, ela deve denunciar. Deve perder o medo e denunciar. Ela deve buscar ajuda na rede de enfrentamento à violência que temos na cidade. Temos a Polícia Militar, Polícia Civil, a Assistência Social, os CRASs, o CREAS, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica. E ainda o Disque 180, de denúncia contra a violência doméstica, que vai ajudar também”. 

As mulheres vítimas são amparadas pela Lei Maria da Penha, que pode levar o agressor a prisão e afastamento físico imediato. Violência doméstica é crime. Denuncie!

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