O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE) decretou o fim da greve sanitária, na terça-feira (17). A decisão foi tomada após assembleia estadual, realizada online. Com a suspensão da paralisação, os professores da rede estadual de ensino adotam, a partir desta quinta-feira, 19 de agosto, o modelo híbrido de ensino, lecionando presencialmente e à distância.
Iniciada por tempo indeterminado no dia 02 deste mês, a greve sanitária teve como objetivo reivindicar a manutenção das aulas via internet, uma vez que a categoria não considera o cenário epidemiológico atual favorável para a reabertura das escolas. Os principais argumentos são que a maior parte da população ainda não está totalmente imunizada contra a Covid-19, sobretudo os professores, e que o aparecimento de novas variantes do coronavírus provocam incertezas. Também que muitas instituições não oferecem uma estrutura adequada para manter os protocolos sanitários em prática.
Um dos membros do SindUTE de São João del-Rei, André Nogueira, explica o motivo da suspensão da greve. “A compreensão da categoria é que não é possível continuar em greve devido a judicialização por parte do Governo de Minas. Não houve negociação e o governo entrou na justiça. Com essa ação, a greve se tornou ilegal. A partir disso, fica difícil para os trabalhadores continuarem paralisados, pois pode haver o ponto cortado e outros prejuízos funcionais”.
Embora o Sindicato não tenha alcançado a meta final de adiar a retomada do ensino presencial, a categoria considera que a paralisação foi produtiva. “A greve foi muito importante, pois a cada dia que não fomos presencialmente, evitamos aglomeração nas escolas e o contágio de alunos e comunidade escolar, uma vez que a maior parte da população não está vacinada. Então, o balanço que fazemos da greve é positivo. Mas agora, infelizmente, teremos que retornar presencialmente”.
Várias escolas da rede estadual de São João del-Rei reabriram as portas na última segunda-feira (16), como previsto pela Superintendência Regional de Ensino. Vale lembrar que o retorno, neste momento, não é obrigatório e acontece de forma gradual, seguindo orientações de decretos municipal e estadual.
Em contrapartida, há escolas que ainda não retomaram as aulas presenciais por falta de aval da Vigilância Sanitária. O funcionamento apenas é autorizado após a instituição cumprir com uma série de requisitos e protocolos sanitários.