Na última quarta-feira, dia 28 de julho, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) anunciou uma greve sanitária por tempo indeterminado. Essa decisão foi anunciada, pois, nesta primeira semana de agosto, escolas da rede estadual de Minas Gerais retornam às atividades presenciais, após melhoras no índice de contaminação através dos indicativos do programa Minas Consciente. Em São João del-Rei, representantes do Sind-UTE também aderiram à paralisação.
Em entrevista exclusiva à Rádio Emboabas, na manhã desta segunda-feira, dia 02 de agosto, o representante do sindicato no município, André Nogueira, explica quais as motivações que levaram o sindicato a decidir pela paralisação. “Porém, essa vacinação ainda não chegou no conjunto. Muitos adultos não receberam a vacina, alguns adultos e alguns profissionais da educação receberam uma dose e o conjunto dos alunos ainda não foram vacinados, isso gera uma preocupação muito grande para nós. O ambiente escolar, infelizmente, neste momento, é inadequado para a presença de estudantes, salas de aulas fechadas, pouco ventiladas, principalmente, nas escolas públicas, o contato inevitável entre os alunos. A gente sabe que é uma faixa de idade em que o contato físico ele vai acontecer e a partir dessa compreensão, e a partir do que dizem os médicos epidemiologistas há a compreensão de que não é um ambiente favorável para a saúde.”
André pontua que mesmo com a greve, que impossibilita a realização de atividades presenciais, os alunos não serão prejudicados, uma vez que as atividades remotas continuam. “Estamos de greve ambiental. É uma greve onde o ambiente do trabalho não é propício para as atividades laborais do trabalho. Então, a gente só não vai exercer o trabalho presencial, mas todo o trabalho remoto que a gente já estava fazendo, a gente vai manter o trabalho remoto. Na rede estadual, a orientação do Governo, que é chamado de ensino híbrido nesse momento, seria o retorno presencial também, seria da seguinte forma: uma semana trabalho remoto e outra semana trabalho presencial. O que nós que aderimos à grave vamos fazer? A gente vai fazer todas as semanas de maneira remota, a gente não vai deixar de exercer nosso trabalho.”
Questionado sobre a situação sanitária das escolas da rede estadual em São João del-Rei, André explica que o município tem uma série de medidas sanitárias para serem cumpridas, e que dificilmente esses protocolos seriam cumpridos, além de dizer que a vacinação em massa seria o ponto primordial para a volta às aulas presenciais. “Medidas de garantia do espaço físico, álcool em gel, distanciamento. Esses protocolos, na nossa avaliação e na avaliação da categoria, mesmo que sejam cumpridos, o que a gente acha muito difícil porque é uma lista muito grande de itens que nós sabemos que as escolas públicas têm dificuldade de cumprir, mesmo se cumprir esse check-list, a gente acha que, infelizmente, não dá para voltar. Então, o que teria que acontecer e, aos poucos, está acontecendo é a vacinação da população. Enquanto não tiver uma imunização em massa, no conjunto da população, não dá para ter retorno presencial.”
As aulas da rede pública do ensino municipal também não vão retornar de forma presencial neste momento, a informação foi repassada pela Secretária Municipal de Educação, Cintia Leite, em entrevista à Rádio Emboabas no último dia 30 de julho. A secretaria afirmou que a pasta está se organizando para uma futura volta às aulas de forma presencial, sem estipular data para tal.