Emboabas

Pandemia acende alerta sobre os riscos da obesidade

Foto: Reprodução/Pixabay

A chegada do coronavírus impulsionou as discussões sobre a obesidade. Considerada crônica, essa é uma doença que entra para a lista de fatores de risco para a Covid-19. Isso não quer dizer que uma pessoa obesa tenha mais chances de contrair o vírus, mas sim que a probabilidade de desenvolver um quadro grave da doença é maior. Quem explica é a endocrinologista são-joanense, doutora Lycia Mara Assis Andrade. “Muito pelo padrão respiratório. O tamanho da barriga, além da parte respiratória fica menor, a expansão pulmonar fica menor. Nós vimos durante a pandemia, como a obesidade pode complicar a Covid. Mas, durante todo o tempo, também vemos que pode complicar paciente hipertenso, colesterol alto, paciente diabético, então é um problema muito sério e que às vezes a pessoa negligencia”.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 indicam que, no Brasil, 20% das pessoas com mais de 18 anos estão obesas. E essa porcentagem subiu ao longo dos últimos meses. É que o Núcleo de Pesquisas em Nutrição da USP realizou um estudo com mais de 14 mil pessoas; 19,7% do grupo relatou ter ganhado ao menos 2 Kg durante a pandemia.

As consequências para quem sofre com o acúmulo anormal de gordura no corpo são graves. “Aumenta muito a porcentagem de infarto, apneia do sono, grau de demência, de colesterol alto, de morte súbita, de diabetes… Então, está relacionado a outras doenças, também doenças ósseas articulares. Mesmo que os obesos estejam com os exames normais, terá um desgaste ósseo, de musculatura, é um desgaste mecânico”, explica. É por essas razões que a doutora Lycia destaca que cuidar do peso vai muito além da estética. É uma questão básica de saúde que merece atenção quando a pessoa já apresenta sobrepeso, categoria abaixo da obesidade.

Ao contrário do que muita gente acredita, o tratamento para obesidade não é realizado somente a base de dietas. É um percurso que abraça corpo e mente. O primeiro passo é tomar a decisão de cuidar da saúde. Depois, passar por um endocrinologista. Adiante, buscar a ajuda de outros profissionais. “Começa o trabalho com endocrinologista, nutricionista, educador físico, com fisioterapeuta. E o trabalho com o psicólogo e psiquiatra, porque o paciente com compulsão alimentar ou uma fome emocional muito forte, desconta a ansiedade na comida. Antes de trabalhar o cardápio, temos que trabalhar essa ansiedade”, destaca.

O caminho para evitar a obesidade é cuidar do estilo de vida. Manter uma alimentação equilibrada e uma rotina com atividades físicas são ingredientes essenciais.

Sair da versão mobile