Os funcionários da Viação Presidente, empresa responsável pelo transporte coletivo em São João del-Rei, devem paralisar parcialmente suas atividades nesta segunda-feira, 02 de agosto. Por ser um serviço essencial e respeitando a determinação legal, a frota de ônibus em circulação será reduzida e não totalmente interrompida. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta semana, e ocorre pouco mais de dois meses após a última greve, registrada em maio, que se estendeu por uma semana.
À época, a categoria relatou atraso no pagamento de salários e repasse de benefícios. Os veículos apenas voltaram a circular depois de acordo firmado com a empresa e prefeitura. Foi definido que todo o dinheiro arrecadado nas catracas seria utilizado para quitar os salários. O secretário geral do SindMetal de São João del-Rei, Jordano Carvalho, que acompanha a causa, disse que incialmente o acordo foi cumprido. Mas que agora os funcionários têm sido lesados.
“A empresa estava cumprindo. O valor era usado para pagar os salários e questões básicas da empresa, como telefone, internet, água e luz. Só que vários funcionários entraram na justiça com rescisões indiretas requerendo seus direitos. Neste sentido, a empresa informou que começaria a pagar esses processos com o valor recolhido na catraca, o que atrasaria os salários dos trabalhadores na ativa. Inclusive, que pagaria o combustível dos ônibus com o mesmo recurso”, explicou.
Foi acordado, também, que a Presidente pagaria os salários atrasados via consórcio no valor de R$ 1,2 milhão e que a prefeitura adiantaria um montante de R$ 600 mil referente ao passe estudantil. Até o momento, segundo a categoria, o recurso não foi disponibilizado.
“Quanto ao passe, a comissão eleita na última paralisação procurou pelo Ministério Público, e foi informada de que o MP é um órgão de fiscalização, e não consultivo; que caberia a prefeitura e a câmara definir esse ponto. A comissão, então, protocolou este mesmo ofício na câmara e prefeitura e, até o momento, não obteve retorno. Em relação ao R$ 1,2 milhão, a empresa alega que até agora o consórcio não saiu, por isso não fez o repasse”, relatou.
Jordano relembrou que na greve de maio a União Sindical encaminhou um ofício à Câmara dos Vereadores solicitando a abertura de uma CPI para investigar as irregularidades da Viação Presidente. Porém, o pedido ainda não acatado.