Que a alegria e o riso fazem bem todo mundo sabe. Mas para levar mais leveza aos pacientes de casas de saúde, existe há 20 anos em São João del-Rei o projeto Doutores Por Um Triz. São voluntários, que vestidos de palhaços, visitam as instituições e alegram pacientes. Com o momento da pandemia da Covid-19, as visitas estão suspensas, mas o projeto não parou. Segue gravando vídeos e músicas para os pacientes, para levar o riso mesmo que de longe.
Cláudia Braga, fundadora e coordenadora do projeto, conta como a ideia surgiu em 2001. “Foi uma conversa. Uma colega, que chama Magda Alvarenga, perguntou porque meu grupo de teatro não faz visita de hospital. Nós tínhamos um grupo de teatro amador que chamava por um triz. Eu achei uma boa ideia e todo mundo topou. Nós chamamos o pessoal da Santa Casa e do Hospital das Mercês. Conversamos muito com o pessoal da chefia de enfermagem, com administradores do hospital, e todo mundo se interessou muito que acontecessem as visitas.”
Hoje em dia, para os hospitais, estão sendo feitas cenas rápidas de humor e para o Albergue Santo Antônio, vídeos com música. Cláudia comenta sobre o objetivo da ação: “Ele não tem nenhuma filiação, nem religiosa, nem partidária, nem futebolista. A gente vai tentando, ao longo desses 20 anos, praticamente fazer a mesma coisa, que é humanizar uma situação que por si, volto e meia é muito desumana, que é a situação de internação. Às vezes as pessoas estão com um problema que é um pouco mais grave, e eles ficam ali pacientes. A gente quer fazer dessas pessoas agentes, não pacientes. A gente age com ela e faz ela agir, sobretudo, através do riso.”
Para ser um doutor-palhaço é preciso de boa vontade e desejo de levar alegria. E a recompensa é a melhor de todas: a gratidão. “Nós temos, às vezes, um retorno muito inusitado. Por exemplo, uma mãe que olha pra gente e fala: ‘Vocês são aqueles palhaços? Nossa, vocês não sabem o bem que fizeram para o meu filho.”
Enquanto o reencontro tão esperado não acontece de forma presencial, Cláudia deixa um recado de esperança. “Quero agradecer nossa psicóloga, Isaura Portela, que é nossa força e que vive segurando a gente. Queria dizer o seguinte, cuidemos, vamos continuar nos cuidando. Distância, máscara, álcool em gel e paciência, porque vai passar.”
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