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Na contramão do país e do estado, Secretaria de Saúde de SJDR afirma que não enfrenta problemas com vacinação da covid-19 em segunda dose

Foto: Jonathan Campos

A bula da vacina Coronavac determina que a segunda dose do imunizante deve ser aplicada entre 14 e 28 dias após a primeira. Em várias capitais e cidades do país, esse prazo não está sendo respeitado por falta de imunizantes. A Secretaria de Estado de Saúde afirmou no dia 06 de maio, que 830 das 853 cidades mineiras relataram atrasos na aplicação da segunda dose. Um dos motivos é que a partir da oitava remessa de vacinas que chegou a Minas Gerais, em março, o Ministério da Saúde passou a recomendar que todas as unidades fossem utilizadas para aplicação da primeira dose, prometendo que as vacinas para aplicação da segunda seriam enviadas dentro do prazo correto aos municípios. 

Com atrasos no recebimento de insumos importados e consequente diminuição da entrega de unidades pelo Instituto Butantan, a pasta não cumpriu a garantia. No entanto, de acordo com a enfermeira do setor epidemiológico de São João del-Rei, Eliene Freitas, a falta de segundas doses não aconteceu na cidade. “O município se organizou de uma forma que não estamos tendo dificuldades, em relação a questão de atrasos vacinais de segunda dose de CoronaVac. Isso tem sido observado em diversas cidades do estado, onde pessoas estão muitas vezes com suas doses em atraso. Também tem acontecido em outros estados. Mas, essa não é a realidade de São João del-Rei. A gente tem se planejado sempre de uma forma segura, para garantir a imunização com as duas doses de uma forma oportuna.”

Na terça-feira, dia 11 de maio, a cidade recebeu mais 180 doses da Coronavac e 1.960 da AstraZeneca, todas as vacinas serão utilizadas como segundas doses. Eliene alerta, no entanto, que algumas pessoas não estão retornando na data marcada para a segunda dose. “Até o momento, não temos dificuldades em relação a dificuldade de agendamento das segundas doses. Uma vez que, não temos pessoas em atraso por situação de falta da vacina. As vezes, as pessoas tem contraindicação clínica, ou outros motivos, para uma segunda dose no momento. Mas, a falta da vacina para a segunda dose não é uma realidade em São João del-Rei.”

Somente após a segunda dose, a pessoa pode ser considerada imunizada contra o vírus. Um recente estudo realizado no Chile mostrou que a Coronavac, responsável por cerca de 80% das imunizações no Brasil, é apenas 16% eficaz após a primeira dose. Por isso é necessário que as pessoas realizem o ciclo completo com as duas doses. A vacina AstraZeneca-Oxford, responsável por cerca de 20% de imunizações no Brasil, é 76% eficaz duas semanas após a primeira injeção.

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