O mês de março chama a atenção para as mulheres. Além do 8 de março, dia internacional da Mulher, e das homenagens tradicionais ao longo do mês, o período também é de alerta e conscientização. No Brasil, a cada dia de 2020, 290 denúncias de violência contra a mulher foram registradas. O número preocupa, principalmente porque muitas mulheres têm medo e não denunciam. Além da violência física, outros tipos de agressão podem acontecer: violência psicológica, violência sexual e violência patrimonial.
A aluna de psicologia da UFSJ, Núbia Vale Rodrigues, é integrante do Programa de extensão: Entre Idas e Vindas e explica sobre a violência contra a mulher: “A gente continua a sofre violência todos os dias do ano. Aí vai desde os comentários machista, a forma que a gente divide nossas tarefas em casa, como a nossa voz é diminuída em diversos espaços, como nosso comportamento é julgado, até as agressões das mais diversas formas dentro de relacionamentos. Isso inclui não só o bater na mulher, mas também o xingamento, o controle do seu dinheiro, do trabalho, as humilhações, o impedimento de conviver com a amigos e com familiares, forçar a ter relações sexuais que ela não quer.”
Ela esclarece que nem todas as mulheres enfrentam as mesmas violências: “É muito importante para a gente, considerar a diversidade de mulheres na nossa sociedade. Existem certas violências que, infelizmente, vão afetar alguns grupos específicos. A experiência, por exemplo, de uma mulher branca de classe alta é muito diferente de uma mulher negra da periferia, que é muito diferente de lésbica, que é diferente de uma mulher que vive na zona rural. Enfim, essa comparação não é pra tentar ver quem é que sofre mais. A função dessa comparação, é a gente entender que existem histórias diferentes e que cada uma dessas histórias precisa ser ouvida, nenhuma delas pode ser calada ou esquecida.”
Qualquer cidadão pode fazer uma denúncia. Em caso de flagrante ou que a situação de violência esteja ocorrendo naquele momento, a orientação é ligar para o número 190. Já para denunciar anonimamente a violência, ligue para 181.