Mesmo os empresários mais experientes foram pegos de surpresa há um ano, com a chegada da pandemia da covid-19. O fechamento do comércio por diversas vezes, para tentar controlar o registro dos casos da doença, fez com que os proprietários se reinventassem para conseguir se manter no mercado. Foi o caso da empresária Lucimar, que está no mercado há três décadas e dirige uma loja de roupas femininas e masculinas no Centro da cidade há quase seis anos.
A empresária fala sobre o susto no início da pandemia. “A gente levou um susto muito grande, acho que todos nós, o mercado inteiro. Então, eu vim para casa, fiquei uns 10 dias, em estado de choque mesmo. Aí eu pensei, isso não vai passar, já tem 10 dias, nós temos que reagir. Então, fomos para a loja e ali nós começamos a fazer o delivery. Só que a entrega não sustenta uma loja, ainda mais uma loja como a minha, que tem mais funcionários, é uma loja maior.”
Após seis meses trabalhando com delivery, a ideia de divulgar os produtos através de uma live surgiu de uma amiga. “Essa minha amiga, eu conversando com ela, chamei ela para fazer um desfile. Falei, vamos fazer o desfile e a gente posta. E aí conversando ela disse, porque você não faz uma live dos desfiles. Aí pensei, quem sabe. Aí surgiu a partir dessa conversa, bem no início da pandemia, fizemos o desfile e foi muito sucesso.”
De lá pra cá já foram 14 lives, com vendas de produtos masculinos e femininos de todos os tamanhos e gostos. De casa, os clientes assistem as peças a venda, e pedem para separar a que mais agrada. Algumas peças são tão disputadas que as vezes, três, quatro clientes querem garantir o mesmo produto, a que digitou primeiro leva. Mas tem peça para todo mundo garantir um look novo, sem precisar levantar do sofá. Muitas vezes, as lives conta com promoções e sorteio. Mais uma estratégia para atrair os clientes e ainda apoiar o comércio local com parcerias de outras lojas e comércios. “A gente está a cada dia se superando. A cada dia o cliente quer novidade. Então, cada dia a gente inventa uma novidade para a live, é assim que a gente faz. Quando eu faço a minha live, eu falo: ‘Gente, vocês têm que comprar no mercado da cidade, deixar o dinheiro aqui. Não é só o meu não, é do comércio todo. Ele tem que estar unido, fortalecido’. Então, eu tenho convidado parceiros do comércio para estar com a gente, para fortalecer o comércio da cidade. Então, eu convido sempre pessoas para estarem comigo.”
Apesar de todos os investimentos em vendas on-line, as físicas continuam com todos os cuidados e precauções para evitar a contaminação pela doença. “Lá na loja a gente passa muita segurança para o nosso cliente, nunca tive problema com nenhum. Graças a Deus, na loja ninguém se afastou por Covid-19. Mas, a gente se cuida muito, tomamos todos os cuidados possíveis, álcool em gel e máscara.”
Seja para os clientes que preferem as compras on-line ou físicas, apoiar novas inciativas do comércio local é fundamental para que a economia local se recupere de um período difícil, como reafirma o economista Douglas Ferreira. “Isso daí é como se fosse um ciclo, uma roda, uma engrenagem, vai girando e vai se retroalimentando. Então, isso gera novas boas expectativas para o empresário, para o consumidor, que tende a consumir mais. Então, isso aumenta mais o emprego, gera mais renda, mais recursos para o município que pode investir em educação e infraestrutura. Então, tudo passa pelo comércio, pela atividade comercial, pela atividade econômica do município.”
Atualmente seguindo as recomendações do programa Minas Consciente, os comércios podem permanecer abertos em todas as ondas, inclusiva na mais restritiva. No entanto, é preciso seguir uma série de recomendações no combate a covid-19, para que as compras sejam realizadas em segurança.
