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Economista explica como quitar as dívidas mesmo com a conta bancária no vermelho
25 de fevereiro de 2021

Foto: Reprodução

Não está fácil para ninguém. Vermelho se tornou a cor predominante da conta bancária de muita gente. Dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio, revelam que o percentual de famílias endividadas no país chegou a 66,5% em janeiro deste ano. O número é maior do que o registrado em janeiro e dezembro de 2020. E a taxa de inadimplentes, ou seja, famílias com dívidas em atraso, fechou em 24,8%.

O economista e professor na UFSJ, Gustavo Moreira, orienta que, quem estiver nesta situação, tente, de imediato, renegociar as dívidas. “Elas podem e precisam negociar com seus credores. O ano de 2020 foi difícil para todo mundo. É importante que a gente explique a situação para os nossos credores, para que todos ganhem, tanto nós possamos pagar as nossas dívidas, quanto o credor possa receber. Então, há espaço para renegociação. Quando existir o espaço para renegociação, a gente tem que priorizar aquelas dividas que tem juros mais altos, para que a gente não incorra nesse tipo de despesa.”

As famílias que não vão ter condições de pagar suas contas somam 10,9% do total. A crise econômica provocada pela pandemia, sem dúvidas, desestabilizou a vida de muitos. Só que, como explica Gustavo, manter o planejamento financeiro em dia pode contribuir bastante para evitar que isso aconteça. “É preciso que as famílias criem hábitos de planejamento financeiro. Isso significa anotar todas as receitas e despesas, e entender como que funciona o orçamento familiar. Para isso, obviamente, todos os membros da família precisam estar envolvidos nesses esforços, para poder controlar o planejamento financeiro, para que assim perceba quais despesas a gente pode cortar, ou no mínimo evitar, para priorizar outras dívidas.”

A pesquisa trouxe, ainda, outro dado alarmante. O percentual de dívidas com o cartão de crédito alcançou 80,5%; taxa que entrou para um patamar histórico. O facilitador de compras se tornou um vilão. Não porque seja ruim, mas pela falta de consciência. “Estudos mostram que existe um fator psicológico na utilização do cartão de crédito, que faz com que a gente gaste mais com esse meio de pagamento, mas não vemos o dinheiro indo embora. Então, a gente realmente tem que tomar cuidado para a utilização desse meio de pagamento, e obviamente, tentar priorizar o pagamento em dinheiro. Porque, muitas vezes, a gente consegue bons descontos com o pagamento à vista. Não conseguir pagar essas faturas no futuro, pode fazer com que a gente tenha que pagar juros pelo cartão de crédito, e como nós sabemos, os juros são altíssimos.”

É importante ter em mente que o cartão de crédito é um facilitador; pode agilizar a compra ou ajudar quando não tiver dinheiro vivo suficiente na hora de efetuar um pagamento. Mas nunca se esqueça que na virada do mês o boleto vai chegar.



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