Os brasileiros ficaram sem os quatro dias de folia do carnaval este ano. Com os casos de Covid-19 em alta e a vacinação a passos lentos, a festa foi cancelada para não haver aglomerações e proteger a saúde das pessoas. A ausência da festa popular mais tradicional do país, é algo inédito na história da folia.
E os foliões estão se apegando as memórias passadas para o Carnaval 2021. Como é o caso da professora Tatiana Miranda, que aos 32 anos, diz que o gosto pela festa vem desde a infância. Muito por influência da avó materna que sempre participou da festa, por vezes, se fantasiava de modo em que ninguém a reconhecia, pela vergonha de ir para avenida. Com o tempo, a vergonha foi deixada de lado e o desfile era de cara limpa mesmo.
“Depois ela percebeu que não tinha nada demais e resolveu quebrar esse tabu. Ela adorava desfilar de baiana. Eu cresci com isso, sempre gostei, desde o batuquezinho até a questão do movimento. Meus pais relatam que, desde bem bebezinha, eu ouvia tocar a globeleza e eu já dançava.”
O primeiro desfile da foliã foi aos quatro anos e as lembranças são as melhores.“Eu tinha 4 anos e foi meu primeiro desfile oficial. Foi no bloco das latinhas, que saia do Largo do Carmo, era um bloco bem família, para crianças mesmo. Tenho ótimas lembranças, de uma época de um carnaval saudável, uma brincadeira bem respeitosa, onde todas as idades, credos e povos se envolviam, divertiam e interagiam.”
Lembranças essas, que vão aquecer o carnaval de 2021. E se o amor pela festa veio da família, vai ser com eles a festa deste ano.
“Apesar de neste ano de 2021, a gente não ter essa alegria de comemorar o carnaval por uma questão muito importante de saúde, de cuidado com nós mesmos e com os outros. Eu acredito que é um momento bacana para nós aproveitarmos em família. Uma coisa que eu sei que minha família vai fazer é estar reunida e com certeza vamos relembrar tantas histórias, tantos desfiles, bloquinhos, fantasias, confetes e serpentinas.”
Que em 2022 a história continue, e que ela possa ser na Avenida!