Você já leu ou ouviu por aí que crianças estão livres do coronavírus ou que elas praticamente não transmitem a doença? Cuidado! Essa é mais uma das famosas fake news, ou notícias falsas, que circulam em massa nas redes sociais. De fato, o índice de pequenos infectados pelo mundo é menor do que o de adultos. Eles representam menos de 10%, de acordo com levantamento realizado por instituições de saúde. Mas cientistas lembram que as crianças têm circulado bem menos por causa da quarentena. O que se sabe, até agora, é que a infecção nos pequenos é semelhante à dos adultos. Também que grande parte dos que contraem a Covid-19 são assintomáticos, ou seja, não manifestam sintomas. E tem um motivo. Quem explica é o médico em formação pela UFSJ e membro do projeto Eu Como Cultura, Vinícius Resende.

“Isto está relacionado a uma menor carga viral, as crianças acabam adquirindo uma menor quantidade de vírus. Com isso, elas também desenvolvem uma resposta menor ao vírus. Porque afinal de contas, todas essas complicações que a gente vê, de pneumonia, complicações cardíacas, nos rins, são relativas à resposta que nosso organismo dá a esse coronavírus. Então, essas crianças tendo uma menor resposta, elas têm menos chance de complicação.”

 A OMS – Organização Mundial de Saúde afirma que assintomáticos transmitem sim o coronavírus. Só não se sabe ainda com precisão o quanto. Mas como Vinícius explica, as crianças podem ser grandes disseminadoras da doença. Isso porque elas demandam um contato maior com as outras pessoas.

“Como essas crianças abrangem a maior parte desse quadro de assintomáticos, elas podem ser os maiores vetores de disseminação. Uma vez que as crianças tem maior necessidade de interação física com outros indivíduos. Afinal de contas, as crianças trocam mais carinho, são mais abraçadas e as pessoas gostam de estar junto. É difícil a gente poder estar reunindo crianças e manter um distanciamento social entre elas. Isso explica também, porque as escolas ainda não estão abertas.”

 É importante lembrar que as medidas de proteção adotadas pelos adultos contra o novo coronavírus são igualmente válidas para os pequenos. A única diferença está no uso da máscara. É que crianças de até dois anos não devem usar o equipamento. Isso porque elas ainda não têm uma total consciência motora. E podem não saber dar um sinal de que estão com falta de ar.