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Médico alerta que depressão não é tristeza comum e deve ser tratada

Foto: Reprodução

Mais de 12 milhões de pessoas. Esse é o índice de brasileiros que trava uma batalha contra a doença considera como o “mal do século”, a depressão. Opaís acumula o maior número de diagnosticados com o transtorno na América Latina. São João del-Rei, de acordo com especialistas, está na rota. A busca por tratamento cresceu nos últimos anos. Apesar das constantes campanhas de combate a depressão, discutir o tema ainda é um tabu. O psiquiatra médico de família e comunidade e professor do curso de medicina da UFSJ, doutor Bruno Amato, alerta que o transtorno não é frescura nem tristeza.

 “A depressão tem tristeza, mas não é uma tristeza comum, é persistente e faz com que a percepção da pessoa fique voltada para um lado muito negativo. É como se a gente olhasse a vida com um filtro que tirasse o lado bom. Imagina você tentando ver esse lado bom, tentando perceber a vida de um lado mais positivo, mas toda tentativa é frustrada. Então, frescura como as pessoas colocam, realmente existe preconceito, falta de força de vontade não é!

A pessoa depressiva não permanece naquele estado porque quer. É como se ela entrasse em um ciclo interminável de visões negativas.

“A maioria das pessoas que estão depressivas se esforçam continuamente para tentar ficar bem. Então, você tenta e não consegue ficar bem, você começa a perder perspectivas, isso é depressão. Se eu não consigo ficar bem para quê eu vou ficar aqui?  E aí começa a ter vários pensamentos destrutivos dentro da pessoa que está depressiva. E acaba sendo uma bola de neve e a pessoa entra em um ciclo que é muito difícil de sair. É por isso que a gente chama isso de depressão, é por isso que é doença.”

 Existem diferentes graus e causas para a depressão. Os três fatores principais são: genético; bioquímico cerebral, provocado pela falta de neurotransmissores que regulam o funcionamento do corpo; e eventos estressantes, como traumas, problemas financeiros e desemprego. Dentre os sintomas mais comuns estão sensação de tristeza, autodesvalorização, cansaço excessivo, queixas de falha de memória, aumento ou diminuição do apetite, além de problemas no sono. O tratamento é realizado com a orientação de psiquiatras e acompanhamento psicológico. O doutor Bruno alega que é possível evitar a doença. E tudo começa por quatro ações básicas da vida.

 “A gente precisa comer pelo menos 3 refeições ao dia, no mínimo, a gente precisa beber água limpa, a gente precisa se exercitar e a gente precisa dormir. 4 coisas bobas, mas isso é manutenção do nosso corpo. Se eu não estou comendo, não estou me hidratando, não estou dormindo e não estou me exercitando, alguma coisa vai sair errado. O nosso corpo não foi feito para ficar parado. Ele não consegue se manter saudável sem dormir, a gente não tem energia sem comer e a gente não consegue funcionar se a gente não se hidratar.”

A socialização também deve estrar para a lista. O ato de se relacionar com o próximo estimula o bem-estar do organismo. Depressivos tendem a ficar mais sozinhos e a não expressar os sentimentos por medo. Isso foi bastante agravado pelo isolamento imposto pela pandemia. Por isso, é importante ficar atento aos pequenos sinais enviados por aqueles estão a nossa volta. Receber um ombro amigo é uma chave fundamental para se libertar da depressão.

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