Serviço fundamental durante a pandemia do novo coronavírus, os entregadores vêm reforçando dia a dia a importância do seu trabalho para a população. A demanda pelo delivery aumentou não só em SJDR, mas em todo Brasil e no mundo. Sobre as mudanças na rotina desses profissionais, conversamos com Douglas Augusto Pereira, motoboy em São João del-Rei.
“Foi bem perceptível a questão do fluxo de pedidos, aumentou bastante, acho que por conta das pessoas não estarem podendo ir nos estabelecimentos, antes estava aberto apenas para pedido. Por conta disso, foi um crescimento muito grande em fluxo de pedido para delivery, deu uma diferença grande com a pandemia. O fluxo continua muito alto, acho que mudou para sempre a questão de delivery, o pessoal viu muita praticidade nisso. Acho que vai ser manter forte assim, mesmo que a pandemia acabe e volte tudo ao normal.”
Com o avanço de São João del-Rei para a onda amarela, bares e restaurantes foram autorizados a receber clientes nos estabelecimentos. Perguntamos ao Douglas como ficou a demanda de entregas a partir da reabertura.
“Tem dia que são muitos pedidos, a gente não consegue nem ficar parado, entra e sai do lugar, nem descansa. Tem dias que são mais fracos. Mas, eu acho que ainda não teve queda de pedidos por conta da reabertura, ainda continuam muitos pedidos.”
Douglas ganha por entrega, por isso, quanto mais corridas ele faz, mais lucro garante no dia. Durante a pandemia, ele passou a trabalhar em dois turnos. Mesmo com todas as dificuldades, o profissional acredita que a profissão passou a ser mais valorizada com os acontecimentos.
“Fica muito mais valorizado, o motoboy é a ponte entre o estabelecimento e o cliente, ainda mais nessa pandemia foi essencial o trabalho do motoboy. Falando a realidade o tratamento é até diferente. Em São João a gente não sentiu muito quanto nas cidades grandes, mas ainda assim, a gente conseguiu sentir uma diferença bem grande.”
Apesar disso, uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, consultou 298 trabalhadores das grandes cidades. 58,9% dos entrevistados relatou queda na remuneração durante a pandemia, se comparado com o momento anterior. Cenário que reflete também no interior.
Mesmo com a flexibilização, a categoria continua na linha de frente do novo coronavírus. Algumas medidas são fundamentais para garantir a segurança dos motoboys. De acordo com Douglas, em seu local de trabalho a atenção segue redobrada para as recomendações.
“Lá no restaurante a gente segue bem a risca a questão de segurança. Ninguém entra dentro do restaurante sem passar o álcool em gel e sem estar usando a máscara. No pico mesmo, durante a noite, a gente carrega uma vasilha de álcool em gel e toda vez que a gente recebe de uma pessoa, no dinheiro no caso, eu dou o troco se tiver, depois disso eu guardo todo dinheiro na pochete e passo álcool em gel, antes de pegar a comida da pessoa. Então, acho que nunca tive medo porque a gente está se prevenindo bastante.”
As orientações dos infectologistas para a categoria seguem as mesmas: lavar as mãos com mais frequência e usar álcool em gel. Utilizar máscara quando tirar o capacete, seja em frente ao fornecedor ou cliente. Higienizar a caixa de trabalho na qual carrega os produtos; sempre manter uma distância na fila, não ficar próximo. Além da necessidade de limpeza frequente do capacete, guidão, manetes e demais partes da moto que tenham contato com as mãos.