Imprevistos acontecem. Mas ninguém esperava por uma pandemia que seria o gatilho para um abalo geral na economia. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência desenvolvida pela CNC – Confederação Nacional do Comércio, o índice de famílias brasileiras com dívidas bateu recorde em junho, chegando a 67,1%. Estão neste percentual, inclusive, aqueles que levam o título de bons pagadores e precavidos. Apesar de parecer que tudo está perdido, sempre existe uma saída. O educador financeiro e agente autônomo de investimentos, Ricardo Lima, diz que anotar os gastos e o que precisa ser quitado, é o primeiro passo.
“Não existe segredo, existe planejamento. Quando a gente quer equilibrar a receita que entra com as despesas que ocorrem, a gente precisa elaborar um planejamento por meio de um orçamento doméstico. O que é o orçamento doméstico? Eu vou anotar todas as receitas que entram naquela família. Então, todas aquelas pessoas que participam contribuindo em colocar recursos financeiro naquela família, precisa ser contabilizado. E fazer uma previsão de quais os gastos que podem ser realizados, a partir da receita.”
O grande erro é que a maior parte das famílias não tem o hábito de calcular o quanto vão receber. Gasta sem preocupações ao longo do mês e, sem se dar conta, já está mergulhada no vermelho. A pesquisa da CNC também revela que o cartão de crédito é o meio principal de endividamento. Foi apontado por 76,1% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os carnês e financiamento de veículos. Mas isso não significa que o cartão seja o vilão da história. O erro, segundo Ricardo, pode estar na forma de utilização.
“Se uma família passa a consumir todos os produtos, ou seja, a comprar todos os produtos por meio do cartão de crédito e chega na data de pegamento do cartão de crédito ela honra com aquilo, ela não vai ter problema nenhum. Ou seja, ela se organizou financeiramente e simplesmente deixou para pagar a fatura do cartão naquela determinada data. Agora, se a pessoa não tem uma organização financeira que permita a ela na data do vencimento do cartão não ter recurso para pagar, aí ela vai ter realmente o endividamento.”
Disse ainda para ter cuidado e não cair na armadilha. É importante tem em mente que o cartão pode sim auxiliar na organização das compras, só que dentro de 15 ou 30 dias, o dinheiro vai ter que sair do bolso. A alternativa para quem coleciona boletos vencidos é renegociar.
“Então, se você está com processo de endividamento no cartão de crédito, é muito importante tentar trocar crédito pelo outro. Ou seja, se eu estou com uma dívida no cartão de crédito, normalmente aquela dívida no crédito rotativo acaba sendo muito alta pelas taxas de juros que são cobradas, é preciso entrar em um processo de renegociação, tentar negociar um valor mais baixo possível. A partir daí, buscar alguma instituição financeira que possa me oferecer um recurso para que eu possa quitar aquilo. E as parcelas que eu vou pagar para quitar aquilo, caibam no meu bolso.”
Este foi o educador financeiro e agente autônomo de investimentos, Ricardo Lima. Ao buscar por uma instituição financeira de crédito a orientação é pesquisar qual oferece menores taxas de juros. Isso para que seja possível continuar com um bom planejamento e não cair em dívidas novamente.