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Apesar da reabertura, setor de vestuário ainda sente impactos do isolamento social
2 de setembro de 2020

Não há dúvidas de que a pandemia afetou vários setores da economia. Mas ainda não se sabe ao certo o tamanho desse impacto nem como cada um deles saiu prejudicado. De acordo com uma pesquisa feita pelo Sebrae, já na primeira semana de fechamento do comércio, a queda de faturamento no setor da moda foi de 74%. O levantamento também aponta que 58% dos empresários do segmento disseram precisar de crédito para manter seus negócios sem demissões. E para 46%, os itens que mais pesam no dia a dia são as despesas com aluguel e compras de mercadoria. Em São João del-Rei não foi diferente. As lojas se viram obrigadas a adaptar seu modo de venda, para conseguir faturar em meio ao isolamento social. Conversamos com a Carolina Andrade, que tem uma loja com sua irmã Ana Paula, no centro da cidade histórica. O estabelecimento começou há 4 anos com apenas um guarda-roupa, depois umas estantes, até uma loja improvisada dentro de casa. Em 2019, as irmãs conquistaram a tão sonhada loja física. Sobre as dificuldades desse período, Carolina comenta.

“A parte de vestuário e calçado ela foi muito prejudicada, porque nós ficamos 5 meses praticamente fechados. Então, eu acho que a economia vai sentir de alguma forma. A gente parou de vender totalmente. Diminui muito, porque quem vem na loja vê, ou se não passa e olha uma vitrine, e, não estava tendo isso. Então as vendas eram muito categóricas. A pessoa quer e quer ou não quer e acabou. E tinha gente que nem isso estava conseguindo.”

Além de todas as mudanças preventivas, as irmãs viram como alternativa maior dedicação às redes sociais.

“O que move muito a gente é o nosso Instagram. Então, a gente tentou alimentar ele o máximo possível para não deixar cair. Então, a gente não parou um segundo. Eu falo que essa pandemia veio para deixar tudo muito mais tumultuado, poque a gente trabalhou triplicado.”

Mesmo com a retomada gradual do comércio, Carolina sente que os clientes continuam receosos.

“Eu acho que ainda tem pessoas que têm medo de vir até a loja, de sair. Aquela liberdade a gente sente que ainda está um pouco complicada. A gente vive um pouco com medo porque tem as pessoas da família que é grupo de risco, e, a gente sabe que esse vírus está em diversas mutações. Então, é complicado, poque isso afeta o cliente na hora de vir até a sua loja. Não é todo mundo que está disposto a vir, a ver e a se arriscar de uma certa forma.”

Apesar das turbulências, a lojista fala que o período foi de muito aprendizado.

“A lição maior que eu tiro disso tudo é como é bom estar perto de pessoas, como é bom ter pessoas movimentando, como é bom receber pessoas. A gente sentiu muita falta disso. Então, o atendimento ele tem que ser primordial. Eu acho que fica de base isso, que o atendimento é a base de tudo. A gente tem que fazer o cliente se sentir confortável para fazer as compras sempre, independente de qualquer situação.”

De acordo com os economistas, a compra no comércio local afeta diretamente a engrenagem da economia da cidade. É que os empresários conseguem manter seus espaços, geram empregos e promovem a circulação do dinheiro no município.



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