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Economista explica implicações da nova nota de R$ 200

No final de agosto, uma nova cédula começa a circular no Brasil, a de R$200,00. Quando o Banco Central anunciou a nova nota, os internautas brincaram e muito com o lançamento. Os famosos memes surgiram e várias piadas foram feitas com a imagem a ser estampada na cédula, mas também surgiram dúvidas e especulações do que ela pode representar na economia e no bolso dos brasileiros.

Em entrevista ao Programa Em Foco da Rádio Emboabas 92,7, o economista Douglas Ferreira falou sobre a nota de R$200 que mesmo ainda ser lançada já está bem famosa.

“A criação dessa nova cédula de R$200,00, ela está interligada com os reflexos da pandemia do Coronavírus na economia brasileira. Então, a principal razão que foi apontado pelo Banco Central, foi a de atender o aumento na demanda por dinheiro, que se verificou ao longo dos últimos meses. Então, um dos motivos para esse aumento da demanda é o que a gente chama de “entesouramento”. Que é o hábito de guardar o dinheiro em casa ao invés de retorná-lo para o sistema financeiro.”

Sendo assim, a nota foi criada com um motivo: redução de papel e custos para o Banco Central. Ainda assim, uma das preocupações é se com a nova cédula haveria um aumento da inflação. O economista explica que isso não deve acontecer. “Essa é uma questão interessante, porque ela preocupa principalmente quem viveu na década de 80 e 90, quando o país passou por um período hiper inflacionário e vários planos tentaram controlar essa situação. Só que a situação atual é bem diferente em relação a essas condições para um período de alta inflação. O próprio Banco Central ele ressalta que essa nova cédula não vai ter impacto nessa inflação.”

Uma outra preocupação é a do troco. De acordo com Douglas, uma pesquisa feita em 2018 mostra que 60% dos brasileiros usam o dinheiro em espécie, ou seja moeda física. “Esse é um problema que vai surgir com o tempo mesmo. Basta pegar o exemplo de uma pessoa que esteja recebendo o auxílio emergencial. Agora, esse auxílio vai poder ser pago, talvez, com 3 cédulas de R$200. E vamos supor que essa mesma pessoa que recebeu 3 notas de R$200, venha realizar algumas transações de baixo valor no comércio local. Isso vai demandar um valor maior de cédulas para troco. Os dados que o Banco Central disponibilizou já mostram um aumento de circulação de cédulas nos valores de R$10, R$20, R$50, desde o início da pandemia.”

De acordo com o economista, o Banco Central deve aguardar os primeiros meses de circulação da nota de R$200,00 e se houver uma demanda grande por trocos, cédulas de valores menores também devem ser fabricadas para ajudar nessa questão. Outra alternativa é o incentivo ao dinheiro eletrônico.

“Outra forma de tentar lidar com essa questão do troco, é o incentivo por pagamentos nos meios digitais, como cartão de crédito e algumas outras operações que não sejam realizadas com dinheiro em espécie.”

A previsão é de que a Casa da Moeda imprima 450 milhões de unidades da cédula que deve ser cinza com detalhes amarronzados, com a estampa do lobo-guará, ainda este ano, totalizando um valor de R$ 90 bilhões

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