Já não é mais novidade. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, instituições de saúde alertam: pessoas do grupo de risco devem redobrar os cuidados para evitar a doença. Nesta faixa estão diabéticos, hipertensos, portadores de doenças do coração, do pulmão, além de idosos. A maioria das pessoas que estão neste grupo fazem parte dos 15% dos infectados que desenvolvem sintomas mais graves da doença. E existe um razão em especial. Nesta reportagem, você vai compreender o que acontece em dois casos. Em primeiro lugar, hipertensos. Quando a Covid-19 entra em contato o nosso corpo, o vírus se liga a algumas células, por meio de uma enzima. Essa enzima se junta à parede celular de órgãos, como coração e pulmão. E ela ganha força no organismo de quem tem pressão alta. Quem explica é o médico em formação pela UFSJ e membro do Projeto Eu Como Cultura, Vinícius Resende.
“Muitas vezes os pacientes são tratados com algumas medicações que podem inibir essa enzima, como o Captopril e o Enalapril, ou outros medicamentos também que bloqueiam, como o Losartana. Aí o nosso corpo vai pensar: “Poxa, essa enzima está diminuída, vou começar a aumentar a produção dessa enzima”. Além disso, um outro medicamento é o Ibuprofeno, um medicamento também que pode aumentar a expressão dessa enzima. E aí os estudos parecem trazer para a gente, que o aumento dela a vai facilitar a infecção do Covid-19. Aí muitas vezes a pessoa com a pressão alta pode estimular o risco de desenvolver.”
Esses resultados foram apontados por estudos internacionais. Só que um outro levantamento chinês indica que infectados que têm a pressão desregulada sofrem mais com a doença do que aqueles que estão com os níveis de pressão estabilizados.
“Por isso a gente vê hoje aí, a Sociedade Europeia de Cardiologia, como a Sociedade Brasileira também, elas preconizam a gente manter a medicação que a pessoa já está usando. Então eu falei aqui do Captopril, Enalapril e do Losartana, mantenham essas medicações, não troquem essas medicações ou deixem de tomar esses remédios. Porque a oscilação maior da pressão arterial, pode trazer um pior desfecho ainda se a pessoa tiver um caso de infecção de Coronavírus.”
Atenção, agora, ao diabetes. Quem enfrenta essa comorbidade tem um teor de glicose mais alto no sangue. E isso, como esclarece Vinícius, provoca consequências.
“Então isso faz com que a célula de defesa capture tal glicose. E aí, você tem uma fonte de energia a mais, onde o Coronavírus infectando essa célula, ele se replica mais do que um organismo saudável. Então é como se a gente estivesse dando energia para o Coronavírus. E aí, essa crescente carga viral, passa a liberar uma quantidade enorme, que a gente chama de Citocina. O que são as Citocinas? São proteínas que tem uma ação inflamatório no nosso corpo, e isso pode gerar uma série de efeitos.”
São por esses e outros detalhes que integrantes do grupo de risco precisam se atentar. Tão importante quanto, é tratar destas doenças corretamente com um médico.